Na gestão Bolsonaro, a Corregedoria da PF abriu uma investigação contra Calandrini porque ele acusou a cúpula do órgão de obstruir a investigação que mira Ribeiro
O juiz Marllon Sousa, do Tribunal Regional Federal da 1a Região (TRF-1), determinou a suspensão de um inquérito aberto pela Corregedoria da Polícia Federal que apura a suspeita de abuso de autoridade do delegado Bruno Calandrini.
O delegado é o responsável pela investigação que apura um esquema de corrupção na gestão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e que também atinge Jair Bolsonaro. Esse inquérito fez com que Ribeiro deixasse a pasta.
Na decisão desta quinta-feira, o juiz entendeu que não havia indícios do cometimento de abuso de autoridade por parte de Calandrini e apontou que ele se tornou alvo da Corregedoria por uma "retaliação" por investigar “pessoas de reconhecido poder político e econômico”. A apuração foi aberta na gestão anterior da PF, durante o governo Jair Bolsonaro.
“O que se verifica, a princípio, é a instauração de IPL (inquérito policial) em desfavor do paciente como retaliação ao trabalho pelo paciente desempenhado em investigação que tinha no polo passivo pessoas de reconhecido poder político e econômico, não sendo este o escopo da Lei de Abuso de Autoridade”, escreveu Marllon Sousa.
Com a decisão, o inquérito está suspenso até que o mérito seja julgado pela terceira turma da corte. O juiz proferiu a decisão na função de desembargador substituto do TRF-1.
A Corregedoria da PF abriu investigação de abuso de autoridade contra Calandrini porque ele indiciou a cúpula da PF sob acusação de obstruirem a investigação que mira o ex-ministro Milton Ribeiro.
Fonte: O GLOBO
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