Clube vê gastos e qualidade de atletas do elenco caírem ao longo dos últimos cinco anos, mesmo com aumento de receitas. Hoje, time encara o Goiás pelo Brasileiro na zona de rebaixamento
No relatório financeiro divulgado pelo Flamengo ao fim de abril, a previsão era "manter o elenco de alta performance e buscar títulos em todas as competições que participa, e de forma sustentável a longo prazo". Não é o que se vê em campo em 2023, com carências cada vez mais chamativas no plantel em termos de quantidade e qualidade.
O clube vive uma temporada com campanhas nada consistentes nas Copas e no Brasileirão, competição pela qual entra em campo hoje, 20h, diante do Goiás, ocupando a zona de rebaixamento. A diretoria, no mesmo documento, indica ainda que o departamento de futebol está atento a "oportunidades que o mercado".
Como o clube superou as expectativas de receita nesse primeiro trimestre, sobretudo após a venda de João Gomes, há mais caixa para investimento. Sem readequação orçamentária, a estimativa é de pelo menos R$ 50 milhões para aquisição de jogadores, sem contar a possibilidade de alongar o pagamento. A preferência por negociações mais impactantes nesse período é padrão do futebol brasileiro. E tem a ver também com o maior fluxo de caixa a partir do meio do ano.
Queda nos investimentos
Na prática, porém, houve uma queda no investimento nos últimos anos, em contraponto ao aumento da receita geral, que já ultrapassa a casa de R$ 1 bilhão. O resultado das contratações a partir de 2021 coincide com um rendimento pior do elenco milionário de forma geral. Mesmo com a presença em todas as finais de Libertadores desde então. O que o Flamengo gasta hoje com o seu futebol não dá retorno como antes. Em média, são cerca de R$ 20 milhões por mês em salários.
A promessa de trazer mais atletas de peso após a classificação para o Mundial de Clubes ficou pelo caminho. "O nosso pensamento é trazer quatro jogadores, e um destes acima da média. Ou seja, de referência mundial", disse o vice de futebol Marcos Braz antes da final da Libertadores.
Este ano, o Flamengo já pagou em direitos econômicos cerca de R$ 100 milhões, R$ 64,6 milhões com Gerson e R$ 41,1 milhões com Ayrton Lucas. A intenção é aumentar a lista de reforços para a janela de julho, que prevê a busca por cerca de sete jogadores a pedido do técnico Jorge Sampaoli. Outro fator que influencia no maior apetite para contratações é o grande número de atletas em fim de contrato.
Até dezembro, podem deixar o clube Rodrigo Caio, Bruno Henrique, Éverton Ribeiro, Matheus Cunha, Hugo, Marinho, Vidal e David Luiz. Este último é o único que tem renovação automática prevista por presença em jogos, mas uma negociação não está descartada.
Em 2022, o Flamengo trouxe nove reforços, assim como em 2019, mas dentre todos eles pode-se dizer que apenas Fabrício Bruno se firmou. De resto, Varela, Pulgar, Cebolinha e o próprio goleiro Santos sofrem para emplacar. Há algumas heranças de técnicos demitidos, como o zagueiro Pablo, pedido por Paulo Sousa.
Fôlego econômico além do futebol
A questão econômica referente a aquisições anteriores é um fator que influencia na moderação no mercado nesta temporada. No primeiro trimestre deste ano o Flamengo ainda tem a pagar R$ 279,5 milhões em direitos econômicos, R$ 151,5 milhões referentes à compra de jogadores no curto prazo (próximos 12 meses a partir de março 2023), e R$ 128 milhões parcelados de abril 2024 em diante.
No movimento inverso, o clube tem R$ 137,6 milhões a receber, sendo R$ 100,7 milhões no curto prazo e R$ 36,8 milhões no longo prazo. Existe no “balanço de compras e vendas” a curto prazo uma diferença de aproximadamente R$ 50,8 milhões contra o Flamengo. No longo prazo, o quadro é semelhante, com diferença de R$ 91,2 milhões entre os valores a pagar e a receber.
O clube divulgou que tem R$ 167,5 milhões entre dinheiro na conta corrente e aplicações em renda fixa. Ou seja, mesmo tendo consumido um valor expressivo (cerca de R$ 86 milhões) mantendo em dia todos os compromissos, segue com um caixa saudável no final do trimestre, um período tradicionalmente de menores receitas, sobretudo de direitos de televisão.
O que segura a balança é o valor a receber dos patrocinadores, licenciados e clientes em geral, que teve um aumento, saltando de R$ 17,7 milhões para R$ 66,3 milhões, o que mostra que o Flamengo tem gerado receitas não só com vendas de atletas, mas através de contratos comerciais.
Fonte: O GLOBO
Fôlego econômico além do futebol
A questão econômica referente a aquisições anteriores é um fator que influencia na moderação no mercado nesta temporada. No primeiro trimestre deste ano o Flamengo ainda tem a pagar R$ 279,5 milhões em direitos econômicos, R$ 151,5 milhões referentes à compra de jogadores no curto prazo (próximos 12 meses a partir de março 2023), e R$ 128 milhões parcelados de abril 2024 em diante.
No movimento inverso, o clube tem R$ 137,6 milhões a receber, sendo R$ 100,7 milhões no curto prazo e R$ 36,8 milhões no longo prazo. Existe no “balanço de compras e vendas” a curto prazo uma diferença de aproximadamente R$ 50,8 milhões contra o Flamengo. No longo prazo, o quadro é semelhante, com diferença de R$ 91,2 milhões entre os valores a pagar e a receber.
O clube divulgou que tem R$ 167,5 milhões entre dinheiro na conta corrente e aplicações em renda fixa. Ou seja, mesmo tendo consumido um valor expressivo (cerca de R$ 86 milhões) mantendo em dia todos os compromissos, segue com um caixa saudável no final do trimestre, um período tradicionalmente de menores receitas, sobretudo de direitos de televisão.
O que segura a balança é o valor a receber dos patrocinadores, licenciados e clientes em geral, que teve um aumento, saltando de R$ 17,7 milhões para R$ 66,3 milhões, o que mostra que o Flamengo tem gerado receitas não só com vendas de atletas, mas através de contratos comerciais.
Fonte: O GLOBO
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