Mantido na geladeira desde 1970, o doce, que já era assunto na família, vira atração em São Paulo
Por quanto tempo dura uma memória? E se essa memória for em formato de um pedaço de bolo? O médico veterinário Gabriel Rocha, de 34 anos, compartilhou nas redes sociais a história de um bolo de mel do qual sua avó Maria Fernanda da Rocha, de 84, guarda um pedaço há nada menos que 53 anos.
Por incrível que pareça, o bolinho segue intacto e com o mesmo aspecto de sempre — pelo menos no visual. A sobremesa foi preparada pelo pai da idosa, Luiz da Mata, em 1970. O motivo pelo qual ela guardou foi a morte dele, ocorrida apenas um dia após o lanche com o bolo de mel.
A postagem já foi vista por quase dois milhões de usuários e passou das 42 mil curtidas. A história da família começou quando os bisavôs de Gabriel chegaram de Portugal para morar em São Paulo. Luiz da Mata possuía uma carta de recomendação e foi trabalhar no Jockey Club da cidade, como barman. Foi lá que ele aprendeu também a cozinhar e fazer bolos.
— A relação dele com a filha era ótima, sempre foram próximos — afirma Gabriel.
No dia daquele último bolo de mel, sua avó já estava casada e morava em outro lugar. Sem nenhum motivo especial, apenas pelo fato de saber que ela — assim como todos os familiares — gostava daquele doce, o pai aproveitou um dia de folga e resolveu fazer esse agrado para a filha. O talento culinário de Luiz era algo que havia virado um hobby.
— Sempre, nas horas vagas, ele fazia pratos deliciosos — lembra Maria Fernanda.
Só que, um dia depois, a morte do patriarca, aos 63 anos, pegou toda a família de surpresa. O motivo foi um infarto fulminante. Como o seu falecimento, a filha resolveu guardar o único pedaço que havia sobrado do bolo degustado no dia anterior durante um lanche com cafezinho. Ela ficou com pena de jogar fora a iguaria, última lembrança dos dois juntos.
A questão é que o bolinho durou muito mais do que se poderia esperar. A avó de Gabriel até imaginava que o mel ajudaria a conservá-lo. Mas acabou que ela deixou o pedaço na geladeira por 53 anos.
Não há nenhum segredo na forma de conservação, segundo a idosa: o pedaço fica na geladeira, envolvido com plástico filme. Nem sequer foi congelado. Também resistiu a uma mudança de casa, quando ela saiu da Vila Moraes, em São Paulo, para o município de Diadema, na Região Metropolitana.
— O próprio mel que conservou o bolo. Não tem nenhum sinal de bolor, nem cheiro, nem nada. Só ficou duro e diminuiu um pouco o tamanho — conta a avó.
Maria Fernanda não ficou com nenhum trauma em relação ao bolo de mel, muito pelo contrário. Ela gosta, e lembra com carinho, principalmente, do que o que seu pai fazia. E a história da sobremesa é lembrada na família rotineiramente. Todo mundo acaba perguntando sobre o bolo. Sempre que um parente que mora mais distante vai à sua casa pede para vê-lo, para tirar foto. E assim a memória da culinária do bisavô segue viva mesmo após cinco décadas.
Fonte: O GLOBO
A postagem já foi vista por quase dois milhões de usuários e passou das 42 mil curtidas. A história da família começou quando os bisavôs de Gabriel chegaram de Portugal para morar em São Paulo. Luiz da Mata possuía uma carta de recomendação e foi trabalhar no Jockey Club da cidade, como barman. Foi lá que ele aprendeu também a cozinhar e fazer bolos.
— A relação dele com a filha era ótima, sempre foram próximos — afirma Gabriel.
No dia daquele último bolo de mel, sua avó já estava casada e morava em outro lugar. Sem nenhum motivo especial, apenas pelo fato de saber que ela — assim como todos os familiares — gostava daquele doce, o pai aproveitou um dia de folga e resolveu fazer esse agrado para a filha. O talento culinário de Luiz era algo que havia virado um hobby.
— Sempre, nas horas vagas, ele fazia pratos deliciosos — lembra Maria Fernanda.
Só que, um dia depois, a morte do patriarca, aos 63 anos, pegou toda a família de surpresa. O motivo foi um infarto fulminante. Como o seu falecimento, a filha resolveu guardar o único pedaço que havia sobrado do bolo degustado no dia anterior durante um lanche com cafezinho. Ela ficou com pena de jogar fora a iguaria, última lembrança dos dois juntos.
A questão é que o bolinho durou muito mais do que se poderia esperar. A avó de Gabriel até imaginava que o mel ajudaria a conservá-lo. Mas acabou que ela deixou o pedaço na geladeira por 53 anos.
Não há nenhum segredo na forma de conservação, segundo a idosa: o pedaço fica na geladeira, envolvido com plástico filme. Nem sequer foi congelado. Também resistiu a uma mudança de casa, quando ela saiu da Vila Moraes, em São Paulo, para o município de Diadema, na Região Metropolitana.
— O próprio mel que conservou o bolo. Não tem nenhum sinal de bolor, nem cheiro, nem nada. Só ficou duro e diminuiu um pouco o tamanho — conta a avó.
Maria Fernanda não ficou com nenhum trauma em relação ao bolo de mel, muito pelo contrário. Ela gosta, e lembra com carinho, principalmente, do que o que seu pai fazia. E a história da sobremesa é lembrada na família rotineiramente. Todo mundo acaba perguntando sobre o bolo. Sempre que um parente que mora mais distante vai à sua casa pede para vê-lo, para tirar foto. E assim a memória da culinária do bisavô segue viva mesmo após cinco décadas.
Fonte: O GLOBO
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