Ike Ekweremadu, de 60 anos, tentou enganar jovem nigeriano para que sua filha recebesse um rim
O senador nigeriano Ike Ekweremadu, de 60 anos, foi condenado nesta sexta-feira a mais de nove anos de prisão em Londres. Ele, a esposa e o médico Obinna Obeta foram declarados culpados por levar um jovem da Nigéria ao Reino Unido para remover um rim.
Filha do casal, Sonia, de 25 anos, iria receber o órgão e também foi a julgamento, mas acabou absolvida. A mulher, Beatrice Ekweremadu, foi condenada a quatro anos e seis meses de prisão devido ao seu envolvimento mais limitado.
Na avaliação de Jeremy Johnson, juiz do tribunal criminal de Londres, o político participou de um “comércio desprezível” que se aproveita da “pobreza, miséria e desespero” de pessoas vulneráveis.
Entenda o caso
Os eventos ocorreram entre 1 de agosto de 2021 e 5 de maio de 2022. A vítima, um vendedor ambulante de 21 anos, viajou para Londres com a promessa de ganhar £ 7 mil (R$ 43,8 mil, na cotação atual) e a oportunidade de morar e trabalhar no Reino Unido.
Ele só percebeu que tinha sido enganado quando foi submetido a exames médicos em um hospital do país britânico. O jovem recusou a intervenção e fugiu para falar com a polícia “à procura de alguém que salvasse a sua vida”, disse durante o julgamento.
Ester Richardson, chefe da unidade de luta contra a escravidão moderna da polícia de Londres, classificou a condenação como “significativa” e elogiou a coragem da vítima. O transplante não foi feito e a família do senador foi detida no aeroporto de Heathrow, em Londres, em junho de 2022. Desde então, Ike está preso devido ao risco de fugir do país.
O político
O julgamento do ex-senador em Londres foi acompanhado na Nigéria, onde a família Ekweremadu tem “poder e influência”. O nigeriano permanece oficialmente como membro do Parlamento até que os novos membros do Senado, eleito no início do ano, tomem posse.
Em declaração emitida pela polícia, a promotora Joanne Jakymec criticou o “total desprezo dos réus pelo bem-estar e saúde da vítima” e ressaltou que o político utilizou sua “influência considerável” para tentar tirar vantagem de uma vítima que tinha apenas a “compreensão limitada do que realmente estava acontecendo”.
Fonte: O GLOBO
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