País tem, em média, 2,79 moradores por domicílio. Porto Alegre é a capital mais minimalista: são 2,37 pessoas por casa
As famílias brasileiras estão ficando mais enxutas e seus domicílios têm cada vez menos membros. É o que indicam os primeiros resultados do Censo Demográfico 2022, divulgado nesta quarta-feira pelo IBGE. Os domicílios brasileiros tem, na média, menos de três pessoas: hoje, são 2,79 moradores por residência. Em 2010, quando foi realizado o último Censo, eram 3,31. Trata-se da menor média registrada desde o Censo de 1980, para quando há dados disponíveis.
Apesar da redução do número de pessoas por domicílio na média do país, uma desigualdade regional persiste quando se trata dessa densidade. No Amazonas, a média atinge 3,64 pessoas por lar. Já no Rio Grande do Sul, cai para 2,54. Na capital Porto Alegre, são apenas 2,37.
Estas são as primeiras informações que ajudam a traçar uma fotografia do Brasil depois da pandemia de Covid-19. A pesquisa deveria ter ido a campo em 2020, mas a crise sanitária e o impasse orçamentário com o governo federal, durante a gestão de Jair Bolsonaro, atrasaram a coleta. O último Censo foi realizado em 2010 e, de lá pra cá, o instituto realizava projeções para estimar o tamanho da população brasileira.
A série aponta que a média de moradores por domicílio vem caindo desde o Censo de 1980 até o mais recente, de 2022. O movimento segue uma tendência associada ao perfil das famílias: residências com casais e filhos, ou outros tipos de arranjo, têm se tornado menos frequente.
Família encolheu com passar das gerações
A professora universitária Lívia Maria Santiago, de 43 anos, reconhece que sua família têm ficado mais enxuta ao passar das gerações. Lívia é a caçula de dois irmãos, um com 52 e a uma de 48 anos. Na família, apenas sua irmã teve filhos. Seu irmão, casado há mais de 20 anos, optou por não seguir o caminho da paternidade.
Com a carreira consolidada, ela afirma ter certeza de que não quer ser mãe. A professora universitária viu sua família diminuir de tamanho: de 12 tios no seu núcleo familiar, foi para três adultos e, atualmente, duas crianças.
— Hoje é uma escolha consciente (não ter filhos). Minha carreira sempre esteve no topo da lista — afirma Lívia, que mora em um apartamento na Zona Norte do Rio, com a companhia do seu cachorro, Noel Rosa, e da gata recém-adotada, Vovó Juju.
Média varia conforme região
Em que pese a redução de pessoas por residência no país, a desigualdade de densidade ainda é significativa entre as regiões. Na comparação entre estados, enquanto no Rio Grande do Sul a média é de 2,54 pessoas por domicílio, essa média chega a 3,64 no Amazonas.
Já no recorte por capitais, Macapá registra a maior média de moradores por domicílio: chega a 3,56. No outro extremo, Porto Alegre possui média de 2,37.
Fonte: O GLOBO
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