"Wakanda para sempre", referência ao filme "Pantera Negra", também faz parte do protesto no monumento, erguido durante a ditatura de António Salazar

Erguido durante a ditadura de António Salazar para exaltar as navegações e o período colonizador de Portugal, o Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, foi novamente pichado.

A informação é do diário português "Público":

Desta vez, o protesto foi em uma das bases laterais do monumento, onde a frase “A nação que matou África” foi pichada com tinta preta.

Logo abaixo da inscrição que vandaliza o monumento, a frase "Wakanda4Ever" (Wakanda para sempre) foi adicionada. É uma menção à nação fictícia do filme “Pantera Negra”.

Na primeira vez que o Padrão dos Descobrimentos foi pichado, em 2021, a seguinte frase foi escrita em tinta vermelha na base do monumento por uma dupla de franceses: "Velejando cegamente por dinheiro, a humanidade afunda-se num mar escarlate".

No mesmo ano, os portugueses entraram em debate sobre as feridas imperialistas, discussão motivada pelos 60 anos do início da guerra de independência de Angola.

Polarizada, parte da sociedade questionou a validade de monumentos colonialistas no dias de hoje. A possível remoção, inclusive do Padrão dos Descobrimentos, esteve em pauta.

O conjunto arquitetônico ainda não está formalmente classificado como monumento, o que acontecerá em breve. O processo foi aberto pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).

Localizado em Belém, numa das áreas da capital que mais atrai turistas, o padrão fica próximo à Torre de Belém, outro ícone turístico, e da Praça do Império, onde a prefeitura decidiu manter os polêmicos brasões que exaltam o período colonial.

Recentemente, o Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, anunciou que um grupo de especialistas faria um inventário sobre os bens, obras de arte, objetos de culto e restos mortais das antigas colônias sob posse de Portugal.

Após o levantamento, que está em andamento, seria viável planejar uma possível devolução do tesouro.


Fonte: O GLOBO