Estudo revela ainda que custo de bem-estar da guerra às drogas corresponde a R$50 bilhões por ano
A guerra às drogas tira 4 anos e 2 meses da expectativa média de vida dos brasileiros, informa um estudo divulgado nesta quinta-feira do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Em “Custo de bem-estar social dos homicídios relacionados ao proibicionismo das drogas no Brasil”, os pesquisadores buscaram quantificar a magnitude da proibição de certas drogas psicoativas seguida da repressão policial considerando alguns indicadores econômicos e de saúde pública.
Tomando como referência o ano de 2017, a publicação estima que o custo de bem-estar dessa tragédia para o país, correspondente a cerca de R$ 50 bilhões anuais, ou 0,77% do Produto Interno Bruto (PIB).
O texto argumenta que as mortes causadas pela guerra às drogas representariam um custo intangível médio anual para cada cidadão fluminense de R$ 456,80, sendo de R$ 269,51 para o Brasil e de R$ 72,86 se levar em conta apenas os cidadãos paulistas.
De acordo com o pesquisador do Ipea e autor do estudo Daniel Ricardo de Castro Cerqueira, o modelo se baseia na ideia geral que a prevalência de homicídios afeta o consumo e a geração de renda não apenas das vítimas, mas de toda a sociedade, uma vez que essas vítimas indiretas terão suas chances de sobrevivência alteradas.
De acordo com Cerqueira, a sociedade, policy makers e academia devem passar a debater seriamente alternativas ao problema das drogas. Um dos exemplos citados pelo estudo aponta os Estados Unidos, onde a violência é abandonada e substituída por ações mais inteligentes de natureza educacional, por políticas de redução de danos e por regulação e legalização dos mercados.
Fonte: O GLOBO
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