Não há ‘narrativa’ para maquiar as atrocidades cometidas pela ditadura de Maduro e a crise que assola o país
É difícil entender o fascínio que Lula tem pela ditadura da Venezuela. Por que um líder, eleito com uma bandeira de defesa da democracia, celebra um regime corrupto, violador dos direitos humanos, reacionário e ditatorial como o de Nicolas Maduro? Não há “narrativa” para maquiar as atrocidades cometidas pela ditadura venezuelana e a crise que assola o país há anos.
O impacto negativo da postura de Lula nesta semana tende a ser irreversível para a sua imagem não apenas no Brasil como em todo o mundo. O presidente brasileiro perdeu toda a legitimidade de defensor da democracia com suas declarações celebratórias ao lado de Maduro.
Não há como questionar o viés antidemocrático de Bolsonaro e ao mesmo tempo defender Maduro, o maior ditador da América do Sul neste século. Isso é hipocrisia. Venezuelanos devem ter o mesmo direito à democracia que os brasileiros.
A normalização de Maduro é também uma ofensa aos milhões de venezuelanos que deixaram o país diante de um colapso econômico. Como disse o presidente do Chile, Gabriel Boric, “não é uma construção narrativa, é uma realidade, é séria, e tive a oportunidade de vê-la de perto nos rostos e na dor de centenas de milhares de venezuelanos que, hoje, vieram para nossa pátria e que exigem também uma posição firme e clara de que os direitos humanos devem ser respeitados sempre e em qualquer lugar, independente da coloração política do atual governante. Isso se aplica a todos nós”.
Boric é de esquerda. Mas de uma esquerda moderna e progressista. Nada tem em comum com um homofóbico, racista, misógino e mentiroso compulsivo como Maduro, que se diz esquerdista. Sua agenda comportamental é reacionária em temas de gênero e meio ambiente. Sequer tem resultados para apresentar na saúde e na educação. Impossível citar um avanço da Venezuela em seu período no poder.
Lula perdeu uma gigantesca oportunidade de se colocar como uma liderança da América do Sul na cúpula em Brasília. Tudo para agradar a Maduro, ditador de uma nação que está em 147ª colocação do ranking de democracia do Economist Democracy Index, ficando em último lugar da América Latina e Caribe, atrás até mesmo de Cuba e Nicarágua.
Claro, não é errado o Brasil ter relações diplomáticas com a Venezuela. Há uma longa fronteira entre os dois países e o comércio é importante. Além disso, todos os governos do mundo mantêm relações com ao menos uma ditadura.
Quando foi eleito em outubro, havia uma expectativa de que Lula assumisse o posto de grande líder global na defesa do meio ambiente. Toda a comunidade internacional estaria ao seu lado. O presidente do Brasil, no entanto, fez declarações polêmicas sobre a guerra na Ucrânia. Apesar de já ter condenado uma série de vezes a invasão russa, alguns passaram a classificá-lo como also de Vladimir Putin.
A normalização de Maduro é também uma ofensa aos milhões de venezuelanos que deixaram o país diante de um colapso econômico. Como disse o presidente do Chile, Gabriel Boric, “não é uma construção narrativa, é uma realidade, é séria, e tive a oportunidade de vê-la de perto nos rostos e na dor de centenas de milhares de venezuelanos que, hoje, vieram para nossa pátria e que exigem também uma posição firme e clara de que os direitos humanos devem ser respeitados sempre e em qualquer lugar, independente da coloração política do atual governante. Isso se aplica a todos nós”.
Boric é de esquerda. Mas de uma esquerda moderna e progressista. Nada tem em comum com um homofóbico, racista, misógino e mentiroso compulsivo como Maduro, que se diz esquerdista. Sua agenda comportamental é reacionária em temas de gênero e meio ambiente. Sequer tem resultados para apresentar na saúde e na educação. Impossível citar um avanço da Venezuela em seu período no poder.
Lula perdeu uma gigantesca oportunidade de se colocar como uma liderança da América do Sul na cúpula em Brasília. Tudo para agradar a Maduro, ditador de uma nação que está em 147ª colocação do ranking de democracia do Economist Democracy Index, ficando em último lugar da América Latina e Caribe, atrás até mesmo de Cuba e Nicarágua.
Claro, não é errado o Brasil ter relações diplomáticas com a Venezuela. Há uma longa fronteira entre os dois países e o comércio é importante. Além disso, todos os governos do mundo mantêm relações com ao menos uma ditadura.
Quando foi eleito em outubro, havia uma expectativa de que Lula assumisse o posto de grande líder global na defesa do meio ambiente. Toda a comunidade internacional estaria ao seu lado. O presidente do Brasil, no entanto, fez declarações polêmicas sobre a guerra na Ucrânia. Apesar de já ter condenado uma série de vezes a invasão russa, alguns passaram a classificá-lo como also de Vladimir Putin.
No caso da Venezuela, é muito mais grave. Não existe forma de defender suas declarações ao lado do ditador. Até mesmo parte do Itamaraty demonstra insatisfação com a pessoa do líder brasileiro. São três cúpulas seguidas ofuscadas por declarações infelizes — China, Japão e, agora, Brasília.
Jair Bolsonaro foi corretamente criticado por celebrar a ditadura no Brasil. Lula deve também ser criticado por celebrar a ditadura na Venezuela.
Fonte: O GLOBO
Jair Bolsonaro foi corretamente criticado por celebrar a ditadura no Brasil. Lula deve também ser criticado por celebrar a ditadura na Venezuela.
Fonte: O GLOBO
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