De acordo com auxiliares palacianos, Lula quer ouvir Daniela Carneiro sobre o futuro dela no governo; União Brasil cobra troca por deputado Celso Sabino

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem um encontro marcado às 10h no Palácio do Planalto com a ministra do Turismo, Daniela Carneiro. Integrantes do núcleo mais próximo ao presidente já dão como certa a demissão da ministra do Turismo.

De acordo com auxiliares palacianos, no entanto, Lula quer ouvir Daniela sobre o futuro dela no governo. A ministra está de saída do União Brasil após um desentendimento da bancada fluminense com dirigentes do partido. Ela deverá ingressar no Republicanos.

Nos últimos dias, o União Brasil intensificou as cobranças pela demissão de Daniela. A bancada do partido na Câmara trabalha para manter o controle sobre a pasta, alçando ao posto outro deputado da legenda, Celso Sabino (União-PA), já nesta semana.

Sabino estava na manhã desta terça-feira em João Pessoa, de onde se encaminha para Brasília. O deputado tem reunião marcada com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, nesta terça-feira.

A campanha no União pela demissão da ministra do Turismo ganhou tração nos últimos dias, em reação a uma ofensiva protagonizada pelo prefeito de Belford Roxo, Waguinho, marido de Daniela, para mantê-la no cargo, o que incluiu críticas a dirigentes da legenda e ao parlamentar cotado para substituí-la.

O movimento dele tensionou ainda mais o ambiente com os homens de confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A provável troca foi tratada objetivamente ontem pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, após uma reunião entre ele e o presidente. O responsável pela articulação política disse que o União Brasil pediu a reavaliação da presença no primeiro escalão.

— O presidente Lula nos pediu para conduzir esse debate com o União Brasil. Governo é igual a um rali. De vez em quando, você tem que trocar um motorista, um pneu. Isso é absolutamente natural — disse Padilha ontem, pontuando que “não está em questão a qualidade de nenhum ministro”.


Fonte: O GLOBO