Sergio Moro (União-PR) e seus conselheiros consideram que a tábua de salvação para evitar a cassação no Senado é fortalecer a relação com o Judiciário.
A avaliação do ex-juiz e de seus auxiliares é que o ex-procurador Deltan Dallagnol adotou uma estratégia “kamikaze” como deputado federal, ao ter uma postura de embate com o Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Interlocutores de Moro chegaram a aconselhar Dallagnol a se afastar de figuras alinhadas ao bolsonarismo na crítica aos magistrados. O ex-coordenador da Lava-Jato e agora ex-deputado optou por seguir com seu plano e fez lives críticas ao judiciário à época ao lado de colegas do Congresso, como Nikolas Ferreira (PL-MG).
Moro tem procurado adotar uma postura distinta em relação ao STF e ao TSE e trabalhado para construir pontes com magistrados, mesmo enfrentando grande resistência pela atuação que teve como juiz da Lava-Jato. O principal desafeto do senador é o decano do Supremo Gilmar Mendes, que não poupa críticas públicas a ele.
Um dia depois da cassação de Dallagnol, Moro teve uma conversa com o presidente da corte eleitoral, Alexandre de Moraes. No mês passado, após o TSE tornar Jair Bolsonaro inelegível, o senador não saiu em defesa do ex-presidente. A ordem é evitar qualquer rusga com o Judiciário.
Moro é alvo de um pedido de cassação movido pelo PL e PT que corre no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). Após julgamento na primeira instância, o caso chega ao estágio de apresentação de recursos e será apreciado pelo TSE, que dará a decisão final sobre seu destino na política.
Fonte: O GLOBO
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