Ele é suspeito de promover bloqueios em estradas no Nordeste para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro

A CPI do 8 de janeiro, do Congresso, aprovou nesta terça-feira uma série de pedidos de acesso aos dados bancários, telemáticos e telefônicos de pessoas envolvidas em atos de cunho golpista. Também também foram solicitados dados de parentes dos alvos da CPI. Entre os pedidos aprovados estão a aprovação de quebras sigilo telemáticos dez ex-funcionários da ajudância de ordens de Bolsonaro, incluindo o tenente-coronel Mauro Cid.

Osmar Crivellatti e Cleiton Henrique Holzschuk tiveram pedidos de acesso ao e-mail funcional além da quebra de sigilo telemático. Já Cid, Luís Marcos dos Reis, Daniel Lopes de Luccas, Adriano Temperino, Jonathas Diniz, Danilo Isaac e Marcelo Costa Câmara tiveram apenas o sigilo telemático pedido

Um requerimento ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para informações sobre Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, também foi aprovado, além do pedido de quebras dos sigilos bancário, telefônico, fiscal e telemático de Silvinei Vasques, ex-chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Também foram solicitadas as quebras do sigilo telemático de Daniel Cid, irmão do ex-ajudante de ordens, além de informações sobre empresas estrangeiras que podem estar em nome dele ao Banco Central e ao Coaf. De acordo com um dos requerimentos aprovados, de autoria do deputado Durte Júnior (PSB-MA), Daniel mora em uma mansão nos Estados Unidos avaliada em US$ 1,7 milhão (algo em torno de R$ 8,15 milhões).

George Washington Oliveira, preso após uma tentativa com ataque a bomba nas imediações do aeroporto de Brasília em dezembro, teve as quebras de sigilo bancário e fiscal aprovadas pela CPI. Jean Lawand Júnior, coronel que enviou mensagens golpistas a Cid, teve seus sigilos telefônico e telemático requisitados pela comissão.

Os pedidos não estavam incluído na pauta de hoje, mas foram acrescentado como extra-pauta pelo presidente da CPI, deputado Arthur Maia (União-BA), após pedido da relatora, senador Eliziane Gama (PSD-MA).

A CPI ouve também Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Mensagens com teor golpistas enviadas por diversos interlocutores foram encontradas no celular de Cid, inclusive com uma minuta de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que serviria para embasar um plano contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A comissão iria votar requerimentos que pediam a convocação do fotógrafo Adriano Machado e do major José Eduardo Natale, ambos de interesse da oposição, mas a discussão foi adiada. Ambos aparecem em filmagens dentro do Palácio do Planalto no momento em que os invasores promoviam a depredação. Bolsonaristas tentam emplacar a tese de que houve uma omissão da atual gestão do governo no dia dos ataques.


Fonte: O GLOBO