Ministro diz que não pretende "formar bancada" no Banco Central com as novas indicações do governo Lula

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira que há espaço para uma redução da taxa básica de juros mais acentuada do que a projeção de mercado - que projeta a Selic em 12% até o fim do ano. Para Haddad, é necessário “sensibilidade técnica” por parte do Banco Central. Haddad foi entrevistado por Kennedy Alencar, da Rede TV, e a transmissão será às 23h45 de hoje.

— O país está pagando 10% de juros real (descontada a inflação) este ano. Faz 18 anos que nós nos livramos disso (juros reais acima de 10%). Quem está comprando uma geladeira, está pagando 30%, 20% de juros real. Não cabe a prestação no bolso de quem está comprando. Esperamos sensibilidade técnica. 100% dos analistas esperam corte. Agora o problema não é quando, mas quanto - disse.

O ministro ainda mencionou que o governo não quer “formar bancada” no Banco Central, com as mudanças no corpo de diretores. A defesa, segundo ele, é que as mudanças na cúpula do BC sejam refletidas “em novos subsídios técnicos” para a decisão sobre juros. Ontem, Gabriel Galípolo e Ailton de Aquino assumiram oficialmente as diretorias de Política Monetária e Fiscalização, respectivamente. Novas indicação serão em janeiro de 2024.

— A tarefa desses novos diretores é levar novos subsídios técnicos para a tomada de decisão. Ninguém compõem a banda no Banco Central. Isso não existe. O que queremos é que esses novos diretores levem mais subsídios técnicos para sustentar uma decisão que, quem sabe, coloque o Brasil em uma rota de crescimento sustentável.


Fonte: O GLOBO