Empresa de Elon Musk entregou 466.140 unidades em todo o mundo, enquanto a chinesa vendeu 700.244, incluindo os totalmente elétricos e os híbridos. BYD vai anunciar fábrica no Brasil nesta terça-feira
A Tesla e a BYD registraram recordes de vendas no segundo trimestre, ampliando sua liderança como fabricantes de carros elétricos mais vendidos do mundo.
A Tesla, empresa do bilionário Elon Musk, entregou 466.140 carros em todo o mundo, superando as estimativas de Wall Street. Por sua vez, a BYD, a marca de carros mais vendida da China, registrou seu melhor trimestre, vendendo 700.244 veículos, incluindo os totalmente elétricos e os híbridos plug-in. A BYD vai anunciar nesta terça-feira mais uma fábrica no Brasil, na Bahia.
Com o resultado, as ações da Tesla subiram mais de 6% no pré-mercado dos Estados Unidos, enquanto as da BYD saltaram até 5% na Bolsa de Hong Kong. As ações dos fornecedores de baterias EV Contemporary Amperex Technology e LG Energy Solution também avançaram.
A Tesla prometeu aumentar o volume, mesmo que seja às custas da lucratividade, colocando mais pressão sobre as montadoras que não acompanharam o ritmo dos veículos elétricos e estão cedendo participação geral no mercado. A Volkswagen, por exemplo, anunciou na semana passada uma nova liderança para sua marca Audi, que ficou atrás da Tesla no primeiro trimestre.
Analistas consultados pela Bloomberg esperavam que a Tesla entregasse 448.350 carros nos últimos três meses.
- É um grande ritmo. As pessoas ainda estavam se preparando para outra rodada de cortes de preços, e esse grande número de entregas torna isso menos arriscado - disse Ben Kallo, analista da Robert W. Baird, por telefone no domingo.
Redução de preços e outras vantagens na Tesla
As entregas são as maiores já registradas em um trimestre para a Tesla, com sede em Austin, e um aumento de 83% em relação ao ano anterior. A empresa produziu 13.560 veículos a mais do que entregou no trimestre, depois que a produção superou as vendas em quase 18 mil carros no primeiro trimestre.
- Todo mundo estava preocupado com o acúmulo de estoque e parece que eles se normalizaram - acrescentou Kallo. - O intervalo entre produção e entregas está diminuindo, que é o que a Tesla disse que faria.
Além de reduzir os preços em toda a linha este ano, a Tesla introduziu vantagens como três meses de carregamento rápido gratuito nos EUA para atrair compradores. Alguns analistas previram que os cortes de preços continuarão no próximo ano.
A Tesla não divulga seus números de entrega trimestrais por veículos ou regiões individuais. O Modelo 3 e Y representaram 96% das vendas no último trimestre. A Tesla também fabrica o Modelo S e o X.
A Tesla é de longe a principal fabricante de veículos elétricos nos Estados Unidos, mas enfrenta forte concorrência em todo o mundo de empresas com linhas mais recentes. Seu veículo mais novo - o Modelo Y - estreou em 2020.
Na China - seu segundo mercado - a empresa ficou bem atrás da BYD, que tem ambições cada vez mais globais.Na semana passada, a Tesla anunciou que estava cortando os preços de seus modelos de carros premium no país em mais de 4,5%, após a decisão de distribuir subsídios em dinheiro a alguns compradores de seu sedã Modelo 3.
A Tesla divulgará os resultados do segundo trimestre em 19 de julho.
Recordes da BYD e bons resultados das chinesas
A BYD ganhou terreno sobre a Tesla nas vendas de veículos totalmente elétricos, quase dobrando as entregas de um ano atrás para 352.163 unidades no segundo trimestre.
As vendas totais da empresa, que tem sede em Shenzhen, aumentaram 98% em relação ao ano anterior. O melhor trimestre anterior da BYD foi nos últimos três meses de 2022. A empresa vendeu um recorde de 251.685 veículos de nova energia em junho.
Outras fabricantes de carros chinesas também tiveram bons resultados. A novata Li Auto registrou um novo recorde mensal de 32.575 entregas, enquanto a Xpeng e a Nio tiveram aumentos modestos. A marca de veículos elétricos Aion, da Guangzhou Automotive Group, destacou-se com mais um forte mês de vendas, com 45.013 entregas.
As vendas de junho “estão mostrando que a demanda por veículos de energia nova continua bastante forte”, apesar da retração econômica da China, disse Joanna Chen, analista de automóveis e baterias EV da Bloomberg Intelligence.
Fonte: O GLOBO
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