Em nova entrevista à Rede Amazônica, Ygor conta que após sofrer a tentativa de homicídio saiu de casa junto com a família. Assustada, a babá não quis gravar entrevista.

"Eu não me sinto seguro de voltar para minha casa. Me sinto totalmente numa situação de impotência, de medo e não consigo ir para lá, vou pedir ajuda de algumas pessoas para retirar minhas coisas, mas eu não consigo voltar para lá".

Esse é o depoimento do advogado Ygor de Menezes Colares, de 35 anos, que foi baleado após tentar apartar uma briga entre a babá de seu filho e a mulher de um policial. A confusão aconteceu na noite de sexta-feira (18), em um condomínio de Manaus.

As marcas do soco e do tiro contra o advogado ainda são visíveis. Em nova entrevista à Rede Amazônica, Ygor conta que saiu de casa junto com a família.

"Estou aqui vivo, mas muito abalado, ainda estou em choque com tudo isso que aconteceu, mas eu espero que seja feita Justiça, nada além disso", disse.


Marcas de tiros que atingiram advogado, em Manaus — Foto: Gato Junior, da Rede Amazônica

Ygor relatou que o desentendimento entre a sua funcionária e o casal de vizinhos começou há algumas semanas, supostamente motivado por fofocas. Assustada, a babá não quis gravar entrevista.

Prisões


Raimundo Nonato e Jussana Machado, casal envolvido em confusão em condomínio em Manaus. — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Os agressores são o investigador Raimundo Nonato Machado e a mulher dele, Jussana Machado. O casal está preso.

O delegado Paulo Cesar Ferreira prendeu Jussana em flagrante por disparo de arma de fogo, porte ilegal, lesão corporal e ameaça. Em depoimento, ela contou que a briga começou porque não gostou de comentários feitos pela babá. E que estava arrependida.

No sábado (19), o promotor Daniel Leite Brito pediu a prisão do policial. No despacho, ele considerou que o delegado responsável agiu para dificultar a compreensão exata dos fatos e omitiu pelo menos três crimes, entre eles, tentativa de homicídio.

A Justiça aceitou todos os argumentos da promotoria e decretou a prisão do policial, que se entregou na manhã deste domingo (20).

A prisão preventiva dele foi mantida após audiência de custódia, ele foi levado para a carceragem da Polícia Civil do Amazonas, onde permanecerá à disposição da Justiça.

A defesa dos agressores informou por meio de nota que só irá se manifestar em juízo e explicou que os acusados não possuem ficha criminal, o que não justifica um encarceramento, motivo pelo qual devem responder o processo em liberdade.

"Nós adotaremos todas as medidas judiciais cabíveis", diz a nota.

O crime

De acordo com registros das câmeras de segurança do condomínio, a briga começou após uma babá, que é funcionária do advogado, passar ao lado do casal na saída de um elevador.

O advogado, então, correu para apartar a briga entre as mulheres. Imagens do circuito interno de segurança registraram o momento em que o homem tentou controlar os ânimos.

A gravação mostra, ainda, o momento em que o investigador repassa uma arma para a mulher. Com o revólver nas mãos, ela disparou contra o advogado, que foi atingindo na panturrilha esquerda.

O advogado foi atendido e levado para um Serviço de Pronto Atendimento (SPA), na capital. Após os procedimentos, ele foi liberado.

Fonte: G1