Jovem foi assassinada aos 18 anos em agosto de 2021, em Goiânia; Jeferson Cavalcante e Raíssa Nunes - que confessou o crime - foram à júri popular nesta terça-feira

Os acusados de matar Ariane Bárbara Laureano de Oliveira, em 24 de agosto de 2021, foram condenados, nesta terça-feira (29), ao fim do julgamento do caso, em Goiânia (GO). Raissa Nunes Borges e Jeferson Cavalcante Rodrigues foram condenados pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver. Os dois foram absolvidos do delito de corrupção de menor.

Raissa foi condenada a cumprir pena de 15 anos de reclusão, e Jeferson, de 14 anos. Um terceiro envolvido no crime, Enzo Jacomini Carneiro Matos, conhecido como "Freya", foi julgado em 13 de março deste ano e condenado a 15 anos de prisão.

A mãe da vítima, Eliane Laureano, reagiu com indignação ao tempo de condenação dos réus.

— Muita indignação. Foi pouco. Estão todos ali abraçando suas mães. E eu? Estou abraçando quem agora? — disse ao jornal "O Popular" Eliane, que, apesar da revolta, não pretende recorrer. — Sei que daqui a seis anos está todo mundo na rua. Não adianta entrar com recurso. Não vai voltar com a vida da minha filha. Mas eu esperava pelo menos que a pena fosse maior.

Raissa, de 20 anos, confessou o crime durante o julgamento e pediu perdão à mãe da vítima.

— Não iria dormir se não falasse a verdade — assumiu Raissa.

Eliane ficou emocionada quando foi ouvida:

— Busquei minha filha em todos os lugares, fui ao IML, aos hospitais e o que mais me dói é saber que todos eles sabiam onde ela estava — disse, de acordo com o jornal O Popular.

A mãe de Ariane também lamentou que a última lembrança que tem da mãe é de um jantar, antes dela sair com os "amigos" que posteriormente iriam matá-la.

— Eu não vi o corpo da minha filha — afirmou Eliane.

Acusados de matar Ariane Bárbara: Raissa Nunes Borges (esq.), Jeferson Cavalcante Rodrigue e Enzo Jacomini Carneiro Matos, conhecido como 'Freya' — Foto: Reprodução

Após a conclusão do julgamento, a defesa de Jeferson Cavalcante disse ao g1 que deve recorrer da decisão e classificou a pena como "incompatível" com a participação dele no crime. Já a defesa de Raissa afirmou que vai questionar o tempo de pena, já que a cliente é ré confessa.

Enforcada, esfaqueada e deixada em matagal

Ariane morreu após ter saído com Raissa, Jeferson e Freya. O trio chamou a vítima para lanchar, mas acabou assassinada a facadas. Havia ainda uma adolescente no grupo. Ela foi apreendida e o processo corre em segredo de justiça.

De acordo com a denúncia do Ministério Público de Goiás (MPGO), Raissa tentou estrangular Ariane dentro de um carro em movimento, que era dirigido por Jeferson. Como não conseguiu, Enzo assumiu o lugar de Raissa no carro e enforcou a jovem pelas costas, até que ela ficasse desmaiada.

Em seguida, Raissa deu facadas em Ariane. Segundo a investigação da Polícia Civil, o objetivo do crime era descobrir se Raíssa era psicopata.

O corpo de Ariane foi colocado no porta-malas e, depois, jogado em um matagal. Os envolvidos depois passaram em um banheiro público para se limparem e depois foram lanchar.


Fonte: O GLOBO