Na segunda-feira, entrou em vigor a nova taxa na modalidade de, no máximo, 1,91% ao mês. A Febraban criticou a redução, alegando que o percentual não cobre custos operacionais dos bancos
O novo teto foi aprovado no Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), a pedido de Lupi por 14 votos favoráveis e um contra do representante dos bancos. A justificativa foi a queda na Selic em 0,50 ponto percentual, para 13,25% ao ano, no início de agosto.
- A ideia é reduziu a Selic, repassa para o consignado. Quando você baixa para 1,91% ao mês, dá 22,5% ao ano, 9 pontos acima da Selic que foi para 13, 25% ao ano. Se isso não é ganhar dinheiro, o que é? Os bancos querem ver o capeta e não querem me ver. Paciência - disse o ministro em entrevista exclusiva ao GLOBO.
Bancos que operam a modalidade com juros acima do teto, como Daycoval, Itaú e BMG ainda não reduziram a taxa e informaram que a modalidade está em processo de análise. Novos empréstimos somente poderão ser concedidos dentro do teto, como determina a resolução do CNPS publicada no Diário Oficial da União (DOU), na segunda-feira.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban), criticou a decisão do CNPS, alegando que o novo percentual não cobre os custos operacionais. Segundo a entidade, a medida pode levar à redução do crédito e prejudicar a camada mais vulnerável da população.
"A decisão de reduzir o teto dos juros do consignado para beneficiários do INSS de 1,97% para 1,91%, coloca o produto em patamar abaixo dos custos vigentes para parte dos bancos que operam essa linha de crédito. Os bancos, representados pela Febraban, participaram da reunião e manifestaram-se contrários à proposta, preocupados com os efeitos da medida para camadas vulneráveis da população que podem ter mais dificuldades de acesso a essa linha".
De acordo com a Febraban, cabe a cada banco avaliar a conveniência de ofertar a linha nas novas condições. Caso haja restrição a disputa entre Lupi e os bancos entraria em segundo round.
Em fevereiro, o ministro reduziu o limite da taxa de juros do consignado, de 2,14% ao mês para 1,70%, sem combinar com outras áreas de governo e com os bancos, o que levou à suspensão da modalidade de crédito pelos agentes financeiros. O impasse só foi resolvido com a intervenção da Casa Civil e do Ministério da Fazenda, um mês depois, quando a taxa subiu para 1,97% ao mês.
- Como deu curto-circuito naquela vez, eu costurei tudo antes e já estou preparado para fazer isso de novo se os juros continuarem a diminuir - afirmou o ministro.
Fonte: O GLOBO
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