Acidente, que aconteceu no dia 28 de setembro do ano passado, matou quatro pessoas e deixou mais de 10 feridos. Carros foram arremessados sobre o rio e uma ponte provisória foi montada no local.

Um ano após a queda da ponte sobre o Rio Curuçá, no km 23 da BR-319, rodovia que liga o Amazonas ao restante do país, o laudo técnico que apura as causas da tragédia ainda não foi finalizado. A informação é do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit).

O acidente, que aconteceu no dia 28 de setembro do ano passado, matou quatro pessoas e deixou mais de 10 feridos. Carros foram arremessados sobre o rio e uma ponte provisória foi montada no local para não interromper o fluxo da rodovia. Dez dias depois outra ponte caiu no km 25 da mesma rodovia. Desde 2021, o órgão sabia dos riscos nos dois locais.

No entanto, um ano após a tragédia, o Dnit disse que não vai se manifestar sobre as causas do acidente antes da conclusão das investigações da Polícia Civil e da emissão do laudo técnico do Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT) que busca identificar o que poderia ter provocado o colapso na ponte.

Ao g1, a A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) informou que o Inquérito Policial ainda não foi finalizado, e depende de documentos a serem enviados pelo Dnit para dar continuidade ao processo.

O g1 também questionou a Secretaria de Segurança Pública do estado (SSP-AM) sobre as investigações acerca da tragédia, mas até o momento não obteve retorno.

Em agosto deste ano, a PC, a SSP e a Polícia Federal no Amazonas fizeram uma reconstituição sobre o desabamento. Na época, segundo o delegado David Jordão, que conduz as investigações, a simulação ia reproduzir a tonelagem de veículos que estavam sobre a ponte no momento da tragédia.

"Foi possível estabelecer o local onde cada veículo se posicionou sobre a ponte. Isso vai nos subsidiar para que possamos atestar, de forma bem direta, qual é o peso que cada pilar recebia no momento anterior à queda da ponte", disse à época.

Logo após a reconstituição, o delegado ainda afirmou que o inquérito sobre o caso é muito complexo e que a reconstituição seria apenas uma das fases da investigação.


Ponte sobre o Rio Curuçá e ponte Autaz Mirim, no Amazonas, desabaram — Foto: Wiliam Duarte/Rede Amazônica

"Nós tivemos 60 laudas só de depoimentos. [...] fora os laudos técnicos que são muito específicos, que saem da parte do direito para a parte de engenharia. Isso demanda tempo para ser maturado e essa fase de hoje é uma das diligências essenciais para chegarmos ao ponto final, que é a conclusão e o relatório encaminhado à Justiça com possíveis investigados e responsáveis".

Paralelamente ao inquérito da Polícia Civil, outra investigação é tocada pela Polícia Federal. O material colhido no Amazonas durante a reconstituição, inclusive, foi mandado para o setor técnico da PF em Brasília, que ajuda na apuração. O g1 também questionou a corporação sobre o andamento dos trabalhos, mas até o momento também não obteve retorno.

Dnit continua retirando escombros


Balsa faz a travessia de veículos sobre o Rio Curuçá — Foto: William Duarte/Rede Amazônica

Um ano após a tragédia, o Dnit disse que equipes da autarquia ainda seguem atuando na remoção dos escombros da antiga ponte. O trabalho, segundo o órgão, já em fase final.

"Contudo, com a vazante acentuada do Rio Curuçá ainda há algumas peças submersas a serem retiradas, o que deve levar um pouco mais de tempo para que este serviço seja concluído. Em paralelo, está sendo executada a fundação da nova ponte, com os trabalhos de cravação das camisas metálicas das estacas, com montagem das armaduras e concretagem desses elementos", disse o órgão em nota.

Ainda conforme o Dnit, a ponte que fazia a travessia de carros no local, desde após a tragédia, precisou ser travada, em razão da estiagem que afeta o rio.

"Desde o início deste mês de setembro a embarcação precisou ser travada entre os acessos tornando-se fixa e funcionando como ponte. O travamento da balsa deve-se à vazante acentuada do rio", finalizou o órgão.

Fonte: G1