
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou, nesta quarta-feira, que viajará à China em outubro, a convite do líder chinês, Xi Jinping. Em disputa aberta com o Ocidente em campos distintos, Moscou e Pequim moldaram suas agendas internacionais ao longo do mês para reforçar a oposição ao bloco liderado pelos EUA.
— Tive o prazer de aceitar o convite de Xi Jinping para visitar a China em outubro — disse Putin durante uma reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, segundo imagens transmitidas pela televisão estatal russa.
O Kremlin há havia anunciado a "intenção" de Putin de viajar à China para participar do encontro do "Cinturão e Rota", que reúne líderes mundiais aderentes ao programa de desenvolvimento chinês.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/b/E/yvs2LZQAOwXJbRcOA2xg/102467603-topshot-russian-president-vladimir-putin-meets-with-chinas-president-xi-jinping-at-the.jpg)
Tanto Putin quanto Xi evitaram os grandes encontros multilaterais com presença de Washington e seus principais aliados. Após se encontrarem na cúpula do Brics, na África do Sul, e ampliar o bloco com alguns rivais americanos, como o Irã, os líderes não-alinhados não compareceram nem ao G20, na Índia, e nem à Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
Ao passo que não compareciam ao encontro em Nova Délhi, Putin e Xi receberam em seus países alguns dos líderes mais questionados pelo Ocidente — Kim Jong-un e Nicolás Maduro, respectivamente. O encontro de Putin e Kim, sobretudo, foi marcado por um forte discurso anti-Ocidente.
O porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, havia anunciado previamente a visita de Wang Yi à São Peterburgo. Yi, que chegou à Rússia na segunda-feira, reuniu-se com Serguei Lavrov e ouviu da diplomacia russa que os países compartilham posições "similares" sobre os EUA e a guerra na Ucrânia.
Desde o início da guerra, analistas têm apontado a tendência da Rússia se tornar cada vez mais dependente economicamente da China, uma das maiores economias do mundo que não avaliza as sanções e embargos impostos por Washington. Pouco antes da guerra estourar, Pequim e Moscou anunciaram uma "parceria sem limites" entre os dois países.
Moscou e Pequim têm defendido o reforço da sua cooperação econômica e militar. Em agosto, os dois países realizaram manobras navais conjuntas no Oceano Pacífico.
Fonte: O GLOBO
0 Comentários