Sambista estava na Casa de Saúde São José, no Rio, desde o início de agosto e teve alta nesta terça-feira

O sambista Arlindo Cruz teve alta após permanecer quase um mês internado por causa de um quadro de caxumba “bacteriana”. No Instagram, na noite desta terça-feira, a esposa do cantor, Babi Cruz, compartilhou a volta de Arlindo para casa.

— A felicidade de voltar para casa e andando de ambulância. É um passeio não tão maravilhoso, mas só de saber que está voltando para casa… A fortaleza. Os ensinamentos que a gente tem na vida. Os valores. Não têm preço — disse Babi nos stories.

Pouco depois de receber alta após ser internado por uma pneumonia, Arlindo voltou a ser hospitalizado na Casa de Saúde São José, no Humaitá, na Zona Sul do Rio de Janeiro, no início de agosto devido a um quadro de caxumba “bacteriana”.

Caxumba é um termo utilizado de forma mais ampla para diferentes infecções das glândulas parótidas, que produzem a saliva, o que leva ao seu crescimento característico. Por isso é também chamada de parotidite.

Porém, segundo o Ministério da Saúde, caxumba refere-se na verdade somente à infecção viral, e não bacteriana, provocada pelo Paramyxovirus. Ele pode atingir qualquer tecido do corpo, porém é mais comum nas glândulas salivares. Além do aumento delas, outros sintomas são febre, dor de cabeça e dor ao mastigar e engolir.

A transmissão ocorre por via aérea, por meio da disseminação de gotículas, ou por contato direto com saliva de pessoas infectadas. A evolução geralmente é benigna, e o tratamento envolve apenas o controle dos sintomas enquanto o próprio organismo combate o vírus.

Em alguns casos, especialmente em adultos, pode levar a complicações mais graves, como orquite (inflamação nos testículos) no homens e mastite (infecção do tecido mamário) nas mulheres. Devido ao quadro de saúde delicado de Arlindo, que sofreu um acidente vascular cerebral em 2017, os riscos também são aumentados.

Os casos de caxumba eram mais comuns no Brasil, porém com a vacinação houve uma redução drástica. O vírus pode ser evitado com as duas doses da vacina tríplice viral, aplicadas aos 12 e 15 meses de vida, que além da caxumba protegem contra sarampo e rubéola.

Arlindo provavelmente não tinha caxumba

O caso de Arlindo, porém, provavelmente não foi uma caxumba, já que era de origem bacteriana. O que acontece é que é comum chamar quadros que tenham a inflamação característica das glândulas salivares, a parotidite, de caxumba, ainda que tecnicamente seja outro diagnóstico.

A parotidite, no geral, pode ser causada por outros microrganismos. A parotidite supurativa aguda é um exemplo de doença em que a glândula parótida (salivar) é infectada por uma bactéria, e não por um vírus.

O quadro pode ser aparentemente semelhante, mas no caso da contaminação bacteriana não é possível prevenir com a vacina. Além disso, pode ser mais grave e o tratamento envolver o uso de antibióticos.


Fonte: O GLOBO