O deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania) ingressou nesta quarta-feira, 30, com uma representação no Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) contra o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante) e o diretor-presidente da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Osvaldo Cardoso, para investigar supostas ilegalidades nas tratativas envolvendo a realização do Sou Manaus Passo a Paço 2023.

O parlamentar pede apuração do órgão de controle acerca do encontro entre o Chefe do Executivo municipal e o proprietário da ‘Nosso Show Gestão de Eventos Ltda (PUMP)’, antes da publicação do edital de chamamento público e a homologação que teve como vencedora esta empresa para patrocinar o evento.

O parlamentar questiona a cronologia da suposta participação do dono da PUMP nos bastidores do evento, bem antes da participação da sua empresa no edital de Chamada Pública nº 007/2023, publicado em 23 de junho, para a seleção de patrocinadora do Sou Manaus. Isto porque, em foto publicada no dia 30 de maio, o diretor-presidente da Manauscult aparece ao lado do CEO, com a finalidade de alinhar “parte das atrações nacionais que farão parte da line-up do maior festival artes integradas do Norte, o ‘Sou Manaus’”, conforme descreve a legenda da publicação.

Outra foto que “causa estranheza” é a postagem feita no dia 5 de julho, na rede social do prefeito David Almeida, onde mostra o chefe do Executivo sentado num banco ao lado do empresário da PUMP, com a seguinte legenda: “Conversa super proveitosa com o empresário e produtor de eventos, Bernard Teixeira.

Nós fizemos as tratativas finais para a contratação de artistas que vão estar no Sou Manaus 2023”. Ambos os registros fotográficos levantam suspeitas de direcionamento para favorecer a empresa PUMP, já que a mesma foi declarada campeã somente em 14 de agosto de 2023, após despacho de homologação da Manauscult publicado na edição nº 5.649 do Diário Oficial do Município.

Diante dos fatos, Wilker pede a atuação do órgão de controle para investigar possíveis atos de improbidade tanto por parte do prefeito quanto pelo titular da Manauscult.

“Esta cronologia, para mim, já materializa uma mistura do ente público com o privado. As fotos da rede social mostram uma possível aproximação do poder público antes, durante e depois de um processo de chamamento público. Mesmo se fossem amigos, já seria um problema, por isso, estou formalizando aos órgãos de controle para que investiguem a realização desse evento, que já se encontra em suspeição”, ponderou Wilker, que também irá formalizar a denúncia ao Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM).

Fonte: ALE/AM