O general da reserva integrou grupo chamado 'kids pretos', e é suspeito de ter iniciado as invasões golpistas de 8 de janeiro

A Polícia Federal cumpre, na manhã desta sexta-feira, um mandado de busca e apreensão em Brasília contra o general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes. Acusado de participar dos atos golpistas de 8 de janeiro, ele também teve ativos e valores bloqueados. A ação ocorre durante a 18ª fase da Operação Lesa Pátria. De acordo com informações da colunista Bela Megale, a hipótese da PF é que militares desse segmento atuaram para iniciar e facilitar a invasão dos prédios dos Três Poderes.

Fernandes integrou o grupo de elite do Exército , os chamados "kids preto". O apelido se refere aos integrantes das "forças especiais", que são militares altamente treinados com técnicas de ações de sabotagem e incentivo à insurgência popular. Essas ações são descritas como “operações de guerra irregular”.

Vinculado ao ex-ministro e hoje deputado federal Eduardo Pazuello, ele foi nomeado diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde em julho de 2021 e permaneceu no cargo até o fim da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em seu perfil na rede social LinkedIn, afirma que foi o "Ordenador de Despesas naquele Ministério e responsável pela aquisição, armazenamento e distribuição de medicamentos a nível federal do SUS, incluindo todas as vacinas e equipamentos de proteção individual durante aquela fase da pandemia de Covid-19".

O militar da reserva foi nomeado diretor da pasta como substituto de Roberto Dias Ferreira, exonerado após ser acusado de pedir propina para fechar um contrato para compra de vacina na pandemia.

O militar trabalhou com o ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, que fechou um acordo de delação premiada com a PF. Ao lado de Cid, o ex-general trabalhou no Comando de Operações Especiais do Exército, em Goiânia. Além de Goiânia, ele foi encarregado das Operações de Garantia da Lei e da Ordem na Região Metropolitana de Natal e em Mossoró. O general chegou a visitar Cid na prisão e disse, ao jornal “Folha de S.Paulo”, que a visita teve motivação "pessoal" e que seu objetivo era "ver se poderia ajudar em algo”.

Ainda segundo descrição no LinkedIn, Fernandes destaca também a ocasião na qual foi encarregado das Operações de Garantia da Lei e da Ordem na Região Metropolitana de Natal e em Mossoró, no período entre dezembro de 2017 e janeiro de 2018. Neste período, ele ressalta que teve sob controle operacional "todos os meios da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Norte".


Fonte: O GLOBO