Atacante estava afastado das atividades do clube inglês desde o dia 10 de setembro
Após afastar o atacante Antony do elenco no começo de setembro, o Manchester United decidiu, nesta sexta-feira, reintegrar o jogador brasileiro ao elenco durante o período de investigação. O clube inglês entendeu que o jogador está cooperando com a polícia sobre o caso de agressão a sua ex-namorada Gabi Cavallin.
Agora, o atacante revelado pelo São Paulo vai voltar aos treinos e estará disponível para ser relacionado pelo técnico Erik ten Hag para os próximos jogos.
"Desde que as alegações foram feitas pela primeira vez, em junho, Antony tem cooperado com os inquéritos policiais no Brasil e no Reino Unido, e continua a fazê-lo. Como empregador de Antony, o Manchester United decidiu que ele retomará os treinos em Carrington e estará disponível para ser relacionado, enquanto prosseguem os inquéritos policiais. Isso será mantido sob análise enquanto se aguarda novos desenvolvimentos no caso. Como clube, condenamos atos de violência e abusos. Reconhecemos a importância de proteger a todos os envolvidos nesta situação e o impacto que essas alegações têm sobre os sobreviventes de abusos", comunicou o Manchester United.
Recentemente, a imprensa inglesa noticiou que o brasileiro retornou à Inglaterra e concordou voluntariamente em se encontrar com a polícia de Manchester para depor sobre o caso. Além disso, Antony estaria disposto a entregar seu telefone para as autoridades para ajudá-los em suas investigações.
Ainda de acordo com o portal The Times, Antony testemunhou voluntariamente para a polícia brasileira em junho e não foi preso ou acusado. O atacante, que chegou ao United em agosto do ano passado por 100 milhões de euros, confirmou que foi autorizado a deixar o Brasil antes de pegar seu voo para a Inglaterra.
Relembre o caso
A DJ Gabi Cavallin, que teve um relacionamento com Antony por cerca de dois anos, fez denúncias às polícias de São Paulo e de Manchester contra o jogador. Na ação que corre na Inglaterra, as investigações são de quatro crimes: assédio, cárcere privado, agressão e lesão corporal grave. As penas podem variar entre multa (para o caso de assédio) e até 26 anos (lesão corporal grave).
Gabi já foi ouvida pela polícia de Manchester e em depoimento explicou as acusações. No caso da lesão, ela conta que, em maio de 2023, Antony teve um "surto de ciúme" e a agrediu com uma taça de vinho. De acordo com o depoimento, o atacante "se ajoelhou na frente da DJ e retirou a taça que estava em sua mão de forma abrupta e a arremessou na direção de seu rosto. Para se defender, Gabriela colocou a mão institivamente na frente e bloqueou a taça, que estilhaçou seus dedos, causando cortes bem profundos".
Na sequência, a DJ teria tentado deixar o apartamento do jogador para procurar assistência médica, mas o jogador a impedira. No depoimento, consta que Antony "impediu que a vítima fosse imediatamente socorrida em uma unidade hospitalar, tendo continuado a proferir xingamentos e praticar agressões físicas e verbais, mesmo com a vítima gravemente machucada, mantendo-a sob cárcere privado no interior de sua residência".
Pelas redes sociais, a DJ publicou uma série de mensagens entre os dois, além de compartilhar registros das agressões, citando também um episódio em que o jogador deu uma cabeçada nela, o que provocou ferimento no local. Antony nega todas as acusações e já afirmou que o conteúdo da conversa teria sido adulterado por Cavallin.
Em junho, Gabi Cavallin registrou uma ocorrência contra Antony em uma Delegacia de Defesa da Mulher, em São Paulo. Nesse inquérito, Antony é investigado por três crimes: violência doméstica, ameaça e lesão corporal. De acordo com o documento, a DJ afirma que foi agredida no começo de maio, mas não deixou claro se o episódio aconteceu na Inglaterra ou no Brasil. Depois da denúncia, ela solicitou uma medida protetiva com urgência e teve requisitado um exame de corpo e delito.
Em entrevista ao GLOBO, a DJ relatou outras agressões, físicas e psicológicas, sofridas durante o relacionamento. Ela contou que o jogador também desferiu um soco em seu seio, que deslocou a prótese de silicone, deu tapas em seu braço em diversas ocasiões, puxou seu cabelo e ameaçou bater de propósito com o carro quando os dois estavam no veículo. Ela também relatou que a primeira vez em que ele a agrediu foi quando estava grávida, e que acredita que acabou perdendo o bebê pelo estresse em decorrência das violências.
"Perdi por tudo o que passei enquanto estava grávida, todas as discussões, as brigas, todos os sustos que ele me dava, o estresse que me fazia passar, tudo que me xingava, e era todo o dia, tudo o que me ameaçava... Me chamava de tudo quanto é nome quando eu saía para fazer alguma coisa. Quando ele tentou me matar nesse dia do carro, quando me bateu. Foi um conjunto. Passei por muita coisa por causa dele enquanto eu estava grávida. Eu não tive um dia de paz", contou.
Fonte: O GLOBO
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