Ex-funcionário da unidade atuou como cúmplice em tentativa de uso do vírus 'ransomware', capaz de interromper funcionamento de equipamentos médicos

A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu, nesta sexta-feira, um hacker de 21 anos apontado como principal envolvido em crime de invasão de dados de um hospital particular em Taguatinga. O suspeito foi localizado em Ponta Grossa, no Paraná. Além dele, um ex-funcionário da unidade, de 26 anos, foi preso na cidade de Valparaíso de Goiás, por auxiliar o hacker na tentativa de utilização do “ransomware” — vírus que pode interromper o funcionamento de equipamentos médicos usados em cirurgias e procedimentos que dependam de acesso à internet.

Segundo a polícia, os hackers tiveram acesso a informações privilegiadas do hospital ao invadirem o sistema de informática, em setembro de 2022. No ataque cibernético, eles colocaram o vírus ransomware na rede de informática.

Após a invasão da rede, os hackers começaram a pedir dinheiro para não divulgar as informações às quais tiveram acesso. O ransomware, no entanto, não chegou a conseguir iniciar o processamento das informações — chamado de criptografia —, devido às medidas de segurança adotadas pela própria equipe de informática do hospital.

O vírus é o mesmo utilizado por hackers em ataques ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Governo do Distrito Federal (GDF), o Banco de Brasília (BRB), e o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT). Na época, a infraestrutura de informática dos órgãos causaram transtornos graves nos sistemas dos órgãos.

Segundo a polícia, o principal suspeito também pode ter participado de outras invasões. A operação chamada de Sick Horse, que resultou no mandado de busca e apreensão na casa do hacker, no Paraná, teve a participação de um perito criminal da Polícia Civil. O profissional é especialista em ocorrências de invasão em redes com uso do vírus inserido pelos dois homens.


Fonte: O GLOBO