Presidente turco é um dos únicos líderes da Otan a manter um relacionamento próximo com Moscou

Em meio a intensificação de bombardeios na Ucrânia, Vladimir Putin recebe, nesta segunda-feira, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, para uma reunião de cúpula no balneário de Sochi, no sudoeste da Rússia. Moscou e Ancara anteciparam que estará em pauta o acordo sobre exportação de grãos no Mar Negro, cuja suspensão colocou em risco a principal rota para o escoamento da produção ucraniana, que tem uma importância chave no abastecimento do mercado internacional.

Embora a Otan seja o principal apoiador da Ucrânia na guerra contra os russos, Erdogan manteve uma posição simpática a Putin, aprofundando laços e se colocando como um negociador capaz de fazer a difícil interlocução sobre os interesses do ocidente. O presidente turco viajou acompanhado de seus ministros da Defesa, Relações Exteriores, Energia e Finanças, segundo a agência estatal de notícias Anadolu.

Erdogan foi um dos principais articuladores do acordo de grãos, que a Rússia abandonou em julho. Na época, Moscou alegou que suas produções de cereais e fertilizantes estavam sendo bloqueadas pelas sanções ocidentais. Desde então, a Rússia ameaça atacar os navios que zarpam dos portos ucranianos no Mar Negro e intensificou os bombardeios contra as infraestruturas portuárias do país vizinho.

Horas antes da reunião desta segunda, Moscou lançou um ataque massivo de drones contra posições ucranianas em Odessa, uma importante zona portuária do país vizinho. O principal alvo eram infraestruturas de armazenamento de grãos e produção agrícola no distrito de Izmail. De acordo com o governador da região, Oleg Kiper, os bombardeios duraram mais de 3 horas.

Autoridades ucranianas chegaram a afirmaram que 17 drones foram abatidos durante a noite e que alguns dos equipamentos caíram na margem oposta do rio Danúbio, em território romeno. Bucareste negou a informação.


Fonte: O GLOBO