Gigantes asiáticos estão em uma disputa geopolítica sobre a fronteira entre os dois países
O Ministério das Relações Exteriores da China anunciou que o país será representado no encontro das principais economias do mundo pelo primeiro-ministro Li Qiang. Questionada sobre a ausência de Xi, a porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, não confirmou a ausência do presidente, e se limitou a dizer que Li Qiang vai liderar a delegação.
— O que posso dizer é que o G20 é um fórum importante para a cooperação econômica internacional — declarou Mao Ning, porta-voz do ministério. — Ao comparecer a esta reunião, o primeiro-ministro Li Qiang transmitirá as ideias e posições da China sobre a cooperação no G20, pedindo ao G20 que reforce a unidade e a cooperação, e trabalhando juntos para combater os desafios econômicos e de desenvolvimento global.
A ausência de Xi já era especulada entre fontes ocidentais. Um oficial da União Europeia, falando sob anonimato, afirmou na semana passada que o presidente chinês não participaria do fórum. No domingo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou à imprensa que estava "decepcionado" com a ausência do chefe de Estado da China no encontro de cúpula.
A exceção de 2021, em meio a pandemia da covid-19, Xi participou de todas as reuniões de cúpula do G20 desde que chegou ao poder.
O movimento político acontece em um momento de acirramento de disputas estratégicas entre os dois gigantes asiáticos. Em agosto, Pequim publicou um mapa territorial "ampliado", incluindo como parte do país estados indianos, cuja soberania são disputadas com Nova Délhi. O governo indiano fez um protesto formal contra o mapa, que classificou como "sem base".
Territórios contestados pela China — Foto: Editoria de Arte
Desde então, milhares de soldados se concentraram nos dois lados da Linha de Controle Efetiva (LCA), que divide a fronteira "de fato" entre Índia e China, que não é claramente delimitada. Nesta segunda, um treinamento militar indiano foi lançado na região do Himalaia, em áreas fronteiriças com o Paquistão e a China. Os exercícios devem durar 11 dias, e acontecerão em paralelo à cúpula do G20.
As fronteiras entre os países são foco de tensão principalmente desde 2020, quando militares indianos e chineses entraram em combate direto. 20 soldados da Índia e ao menos quatro chineses morreram.
Fonte: O GLOBO
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