Rio Negro continua descendo na capital. Seca severa atinge 60 dos 62 municípios do Amazonas.

Com a cota do Rio Negro em 14,41 metros, Manaus registra a quinta maior seca da história, nesta segunda-feira (9). Na cidade, o nível das águas está a 1,41 metro da maior seca, registrada em 2010, quando o rio chegou a descer para 13,63 metros.

A capital é uma das 60 cidades do Amazonas afetadas pela seca severa deste ano. Apenas dois municípios do estado estão em normalidade: Presidente Figueiredo e Apuí.

Com a cota desta segunda-feira, a capital registra a quinta maior seca da capital desde 1902, ano em que começou o monitoramento do Rio Negro, no Porto de Manaus, onde uma régua mede o nível das águas diariamente.

Em 2010, na mesma data, o rio media 15,82 metros, ou seja: estava 1,41 metro mais alto.

Uma comparação dos dados também mostra que o rio tem esvaziado mais rápido que em 2010. Neste ano, as águas chegaram a descer 36 centímetros num único dia - 19 de setembro.

Rio Negro vai continuar descendo

De acordo com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), o Rio Negro deve continuar descendo mais duas semanas. No entanto, o nível das águas na capital depende do ritmo do Rio Solimões.

O CPRM avalia que, se o Rio Solimões atingir uma seca recorde em Tabatinga, na tríplice fronteira com a Colômbia e o Peru, a vazante em Manaus poderá superar a marca de 2010.

"Se Tabatinga ultrapassar a mínima histórica essa semana, será quase certo", destacou Jussara Cury, pesquisadora em geociências do CPRM.

Veja o ranking das secas na capital, conforme dados do Porto de Manaus:

13,63 (2010)
13,64 (1963)
14,2(1906)
14,34 (1997)
14,42 (1916)
14,54 (1926)
14,74 (1958)
14,75 (2005)
14,97 (1936)
15,03 (1998)
15,04 (1909)
15,06 (1995)
15,62 (1915)
15,69 (1948
15,74 (1950)
15,86 (2009)
15,92 (2015)
15,96 (1961 e 2012)


Rio Negro durante a seca de 2023 em Manaus. Imagem feita em 9 de outubro de 2023 — Foto: Maurício Martins/Rede Amazônica

Manaus em emergência

A seca do Rio Negro fez Manaus decretar situação de emergência, no dia 28 de setembro deste ano. Com a vazante, lagos e igarapés que cortam a cidade estão secando. Segundo a prefeitura, a estiagem afeta comunidades ribeirinhas, que sofrem com falta de alimentos e de água potável.


Seca 2023: Lago do Aleixo secou em Manaus — Foto: Gato Júnior/Rede Amazônica

Seca no Amazonas

Até o momento, 42 municípios do Amazonas estão em situação de emergência, 18 cidades de alerta, 0 em atenção e 2 em normalidade.

Segundo a Defesa Civil estadual, Presidente Figueiredo e Apuí são os únicos municípios que continuam sem problemas de acesso, por isso, não entram para a lista de atingidos pela estiagem.

Em todo o estado, 273 mil pessoas, de 68 mil famílias, estão sendo afetadas pela vazante.

Fonte: G1