Até 2022, o Nobel da Paz foi concedido a 110 pessoas e 27 organizações

O Prêmio Nobel da Paz 2023 foi concedido nesta sexta-feira a Narges Mohammadi "pela sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e pela sua luta para promover os direitos humanos e a liberdade para todos", disse a presidente do Comitê Norueguês do Nobel, Berit Reiss-Andersen, em Oslo. 

A honraria, uma das principais premiações mundiais para reconhecimento de pessoas que desenvolvem trabalhos, ações e pesquisas em benefício da Humanidade, é escolhida por um comitê de cinco eleitos pelo Parlamento norueguês. Até 2022, o Nobel da Paz foi concedido a 110 pessoas e 27 organizações.

Veja os ganhadores nos últimos 15 anos:
  • 2022: O ativista bielorusso Ales Bialiatski e as organizações de direitos humanos Memorial, da Rússia, e Centro pelas Liberdades Civis, da Ucrânia, porque "representam a sociedade civil em seus países. Há muitos anos eles promovem o direito de criticar o poder e proteger os direitos fundamentais dos cidadãos".
  • 2021: Os jornalistas Maria Ressa [Filipinas] e Dimitri Muratov [Rússia], homenageados "por seus esforços para proteger a liberdade de expressão, que é uma condição prévia para a democracia e a paz duradoura".
  • 2020: O Programa Mundial de Alimentos [PMA] da ONU, por "seus esforços na luta contra a fome, sua contribuição para melhorar as condições de paz nas zonas de conflito e por ter impulsionado os esforços para não transformar a fome em uma arma de guerra".
  • 2019: O primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed, pelo acordo que pôs fim à guerra que seu país travava com a Eritreia. Meses depois, contudo, seu governo entraria em uma guerra civil com grupos separatistas na região de Tigré, no Norte do país. Em um raro movimento, o comitê norueguês criticou o premiado, no ano passado, alegando que ele tinha "responsabilidade especial" em acabar com o conflito na região.
  • 2018: O ginecologista Denis Mukwege, da República Democrática do Congo, e a iraquiana da minoria yazidi Nadia Murad, que escapou de ser mantida como escrava sexual do Estado Islâmico, pelo engajamento de ambos na luta contra o emprego da violência sexual como arma de guerra.
  • 2017: Campanha Internacional para Abolir as Armas Nucleares [ICAN, na sigla em inglês], em função do trabalho de alertar para as "catastróficas consequências humanitárias" decorrentes do uso de arsenal nuclear e pelos esforços em alcançar a proibição desse tipo de armamento.
  • 2016: O ex-presidente colombiano, Juan Manuel Santos, ganhou o Nobel da Paz por seus esforços para acabar com o conflito armado de mais de 50 anos no país com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
  • 2015: O Quarteto de Diálogo Nacional da Tunísia, por “sua contribuição decisiva para a construção de uma democracia pluralista na Tunísia, na esteira da Revolução de Jasmin de 2011.” O grupo inclui quatro organizações: a União Geral Tunisiana do Trabalho (UGTT, um sindicato), a União Tunisiana da Indústria, do Comércio e do Artesanato (Utica, patronato), a Ordem Nacional dos Advogados da Tunísia (ONAT) e a Liga Tunisiana dos Direitos Humanos (LTDH).
  • 2014: A paquistanesa Malala Yousafzai, então com 17 anos, e o ativista de direitos humanos indiano Kailash Satyarthi, venceram o prêmio Nobel da Paz de 2014, tornando Malala a mais jovem homenageada na premiação. Ambos foram escolhidos "pela luta contra a opressão das crianças e dos jovens e pelo direito de todas as crianças à educação".
  • 2013: Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), que atuava, com o apoio da ONU, para eliminar o grande estoque de armas químicas da Síria, após um ataque com gás sarin no subúrbio de Damasco que matou mais de 1.400 pessoas em agosto do mesmo ano.
  • 2012: A União Europeia, por promover paz, democracia e direitos humanos há seis décadas. A escolha foi vista como um impulso para elevar o moral num momento em que o bloco enfrentava uma crise econômica.
  • 2011: Ellen Sirleaf, Leymah Gbowee e Tawakkul Karman dividiram o Nobel pela "luta não-violenta para a segurança das mulheres e pelos direitos à plena participação na construção da paz e trabalho". Ellen foi a primeira mulher presidente na África. Leymah atuava na mobilização de liberianas contra a guerra civil no país e Tawakkul participava da luta pelos direitos das mulheres no Iêmen.
  • 2010: O dissidente chinês Liu Xiaobo, que estava preso quando o prêmio foi anunciado, foi escolhido pela sua "longa e não-violenta luta pelos direitos fundamentais na China". A escolha enfureceu Pequim. O ativista havia recebido uma pena de 11 anos por "incitar a subversão ao poder do Estado". Ele morreu em 2017, de câncer no fígado.
  • 2009: O então presidente americano Barack Obama foi escolhido antes de completar o primeiro ano de mandato. O comitê norueguês mencionou seus "esforços extraordinários para fortalecer a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos".
  • 2008: Martti Ahtisaari, ex-presidente da Finlândia, foi premiado por sua contribuição na solução de diversos conflitos internacionais durante mais de 30 anos. Entre algumas das mediações de Ahtisaari está o processo de independência da Namíbia, o conflito armado de Aceh, na Indonésia e o processo de independência do Kosovo.

Fonte: O GLOBO