Inés Guardiola tem perfil reservado e é conhecida no meio jurídico pela habilidade de fechar acordos em processos

Depois de quase nove meses preso, Daniel Alves considera pela primeira vez declarar-se culpado na acusação de agressão sexual. Preso desde 20 de janeiro em Barcelona, o jogador já contou cinco versões diferentes sobre o que aconteceu na noite de 30 de dezembro de 2022, quando uma jovem denunciou o crime ocorrido em uma boate na cidade espanhola. Agora, a nova estratégia da defesa é admitir o ato, visando à redução da pena. As informações são do jornal espanhol Mundo Deportivo.

A decisão é consequência da entrada da advogada Inés Guardiola no caso. Especializada em agressão sexual e direito penal, a nova responsável pelo caso substituiu Cristóban Martell, que acompanhou o jogador desde a prisão, e assumiu no início do mês. Guardiola e Martell deram aula juntos na Universidade Abat Oliba. Segundo a imprensa espanhola, a advogada já estaria negociando com a juíza um acordo para a a admissão de culpa.

Inés Guardiola é a nova advogada de Daniel Alves — Foto: Reprodução/LinkedIn

A advogada catalã é doutora e professora de Direito Penal na Universidade de Barcelona. Ela abriu o próprio escritório de advocacia, o Guardiola Penalistas, em 2020. Com perfil reservado, a profissional é conhecida no meio jurídico pela habilidade de fechar acordos nos processos.

Inés Guardiola é especialista em Delitos de Violência Doméstica e Direito Penitenciário pelo Colégio de Advocacia de Barcelona e também ocupa o cargo de secretária-tesoureira da Comissão de Direito Penitenciário e da Comissão de Drogas da entidade.

A tentativa principal do acordo é reduzir a punição: hoje, os crimes de agressão sexual na Espanha têm penas de 8 a 10 anos de reclusão. Além disso, Daniel Alves também deverá pagar uma multa indenizatória à vítima — no início do processo, ela foi perguntada se gostaria de mover a ação na esfera cível para receber a quantia, mas recusou. O julgamento está previsto para acontecer até o final de novembro.

A grande mudança em relação à estratégia de defesa anterior é que esta seria a primeira vez que Daniel Alves admitiria o crime. Em cinco depoimentos, que ocorreram desde janeiro na época em que se entregou à justiça até o testemunho diante de um Tribunal de Justiça de Barcelona, o jogador havia alegado inocência, afirmando que as relações sexuais foram consentidas. Contando diferentes versões do que aconteceu na noite de 30 de dezembro, as histórias variaram nos detalhes, mas ele sempre havia sustentado o argumento da relação consensual em todas elas.


Fonte: O GLOBO