Com explosão de modalidade durante a pandemia, vagas em cursos EaD saltaram 140% em quatro anos
O segundo mais procurado é administração, que teve 393,3 mil matrículas no EaD em 2022. Ele é seguido por contabilidade e sistemas de informação, respectivamente com 201,2 mil e 188,3 mil. Confira o Top 10, conforme o Censo da Educação Superior:
- Pedagogia: 650.164 matrículas
- Administração: 393.329 matrículas
- Contabilidade: 201.229 matrículas
- Sistemas de informação: 188.363 matrículas
- Gestão de pessoas: 185.124 matrículas
- Enfermagem: 173.579 matrículas
- Educação física: 171.756 matrículas
- Logística: 107.522 matrículas
- Serviço social: 101.512 matrículas
- Marketing: 84.681
Segundo os dados, as vagas em cursos EaD passaram de 7,2 milhões em 2018 para 17,2 milhões no ano passado. Em apenas um ano, entre 2021 e 2022, foram mais de 435 mil novos alunos. Enquanto isso, o número de vagas no ensino presencial foi de 5,6 milhões, o que representa uma queda em relação ao anterior, quando havia 5,9 milhões.
O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que a expansão da modalidade a ritmo desenfreado é alarmante e desafiadora. Segundo Santana, o MEC irá rever as regras que legislam o ensino à distância no Brasil, no intuito de endurecer a fiscalização do funcionamento desses cursos.
— Não estamos demonizando os cursos à distância, mas temos que prezar pela qualidade da oferta deles — declarou o ministro após a apresentação dos dados. — Estávamos aguardando o relatório desse último Censo para tomar decisões mais rígidas e duras para regular e coordenar esses cursos.
Neste mês, o MEC abriu uma consulta pública para ouvir entidades e especialistas sobre mudanças nas regras para os cursos de graduação em modelo EaD.
— (O crescimento do EaD) é alarmante e desafiador. Isso exige de nós a coordenação e regulação. Exige um sinal amarelo, senão vermelho, para tomar medidas sobre esse cenário — disse Santana.
Na avaliação da Associação Brasiliera das Universidades Comunitárias (Abruc), a revisão se faz necessária pela incapacidade do governo em supervisionar os cursos à distância.
— Precisamos nos perguntar: esses estudantes estão sendo bem formados, ou estão cursando um ensino superior precário que não garantirá conhecimentos para o exercício da função — reflete o porta-voz da entidade, Dyogo Patriota.
O Censo da Educação Superior é uma pesquisa estatística que acontece todos os anos. Os dados subsidiam o Ministério da Educação (MEC) no acompanhamento, avaliação e formulação de políticas públicas para o nível superior brasileiro. Participam da pesquisa as instituições federais, estaduais, municipais, especiais e privadas que ofertam cursos de graduação e sequenciais de formação específica.
Fonte: O GLOBO
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