Prodígio francês de 19 anos tem média de 18,8 pontos e é o 3º melhor em bloqueios da liga americana
Um mês depois de sua estreia na NBA, o prodígio francês do basquete Victor Wembanyama disputou todas as 15 partidas pelo San Antonio Spurs: entre destaques e derrotas pesadas, “Wemby” continua tentando descobrir seu novo mundo.
— Sou um novato, estou tentando aprender — recordou nos últimos dias o fenômeno de 19 anos.
"Wemby" tem agilidade única para a sua estatura (2,24 m), mas vive sob expectativas desproporcionais depois de ter sido convocado em 1º lugar no Draft pelo San Antonio Spurs, em junho.
Para um iniciante, Wembanyama apresenta estatísticas lisonjeiras, com média de 18,8 pontos, 9,5 rebotes, 2,5 assistências e principalmente 2,6 bloqueios, classificando-se em 3º lugar em toda a NBA nesta última categoria.
Autor de ações de destaque em quase todos os encontros, o francês natural de Chesnay, na região parisiense, foi derrotado na primeira partida contra o Dallas, no dia 25 de outubro, mas venceu a segunda, contra o Houston, dois dias depois. Ele então venceu duas vezes em Phoenix contra Kevin Durant, impressionando com 38 pontos, seu recorde, no dia 2 de novembro.
Desde então, os inexperientes texanos, o elenco mais jovem da NBA, tiveram uma série de 10 derrotas (12 no total, com 3 vitórias), o que lhes valeu o último lugar nas classificações da Conferência Oeste.
— As estatísticas individuais (de Wembanyama) são boas, mas o percentual (43% de arremessos no jogo, 27,5% de três pontos) é mediano. Ele não chega o suficiente para no interior, no rebote ofensivo. Ele pode fazer escolhas melhores — avalia o ex-técnico Jacques Monclar, consultor da beIN Sports, à AFP.
Segundo Monclar, Wemby deve se concentrar nos fundamentos e na relevância da construção das jogadas.
— Se desenvolver perdendo não é fácil. Ele continuou [partida após partida], sem descanso, talvez isso influencie suas escolhas — afirmou.
Estatísticas de Wemby dividem analistas
Para justificar a falta de habilidade, seu ex-treinador do Metropolitans 92, Vincent Collet, aponta a falta de “cestas fáceis” oferecidas por seus companheiros, que lutam para servi-lo sob a cesta.
— Ele tem espaço para melhorar na tomada de decisões. Quando arremessamos melhor, temos mais chances de acertar a cesta. Ele também precisa progredir no relacionamento com os outros. Contra o Sacramento (derrota em 17 de novembro), ele acerta 26 arremessos, mas não faz nenhuma assistência. Para mim, é constrangedor — acrescentou, durante uma intervenção no beIN Sports, o técnico Collet, treinador da seleção francesa.
De acordo com a análise semanal da NBA, Wembanyama foi ultrapassado na corrida pelo título de estreante do ano pela nova estrela do Oklahoma City, Chet Holmgren, de 21 anos. Ele é ex-rival do gigante francês em competições internacionais. Os dois têm perfil semelhante: são jovens, raros, imensos (Holmgren tem 2,16 m) e ágeis.
Em San Antonio, onde já é o número um nos corações da torcida, Wembanyama lançou discretamente sua nova vida. Com um salário de cerca de US$ 12 milhões por ano, ele mora em uma casa onde um de seus pais é frequentemente encontrado. “Ele está muito feliz”, dizem aqueles que o rodeiam.
Ele é o único jogador da NBA a comparecer a uma coletiva de imprensa após cada jogo, falando um inglês impecável.
Segundo o canal desportivo americano ESPN, a camisa dele usada na estreia na NBA, em 25 de outubro, foi vendida em leilão pela empresa Sotheby's pelo valor recorde de US$ 762 mil dólares.
Embora sonhasse em disputar os playoffs de final de temporada, a estreia dos Spurs, já em último lugar na conferência da temporada passada, trouxe “Wemby” de volta à terra.
— O jeito que gosto de jogar é quando você ganha — explica ele. — (Perdas) são tudo que sei no momento na NBA. Mas, antes de ser draftado, eu sabia que haveria dificuldades, o importante é como abordá-las. Ainda não tenho visão retrospectiva para tirar conclusões, mas no momento está tudo bem. Estamos mantendo a cabeça fria — destacou.
A jovem estrela ainda tem pelo menos 67 partidas nesta temporada.
Fonte: O GLOBO
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