Compradores estão mais cautelosos e conscientes, aponta pesquisa. Na hora da compra, frete perde importância e avaliação de produtos é decisivo
A Black Friday acontece nesta sexta-feira, mas muitos consumidores já estão aproveitando as promoções que acontecem desde o início de novembro, numa espécie de "esquenta" da promoção mais esperada do ano. E se antes o brasileiro esperava a data para comprar apenas itens de maior custo, como eletrodomésticos e celulares, agora até produtos de valor mais baixo do cotidiano entram no radar dos consumidores.
Levantamento feito pela NielsenIQ Ebit, empresa de análises e insights do mercado de e-commerce, projeta um crescimento da importância do "esquenta" da Black Friday. E prevê aumento na busca pela categoria de alimentos e bebidas, que atingiu o maior percentual de intenção de compra em oito anos: cerca de 22%.
— Apesar de melhorias nos indicadores macroeconômicos nesse primeiro semestre, consumidores ainda seguem cautelosos e com orçamento familiar impactado pelo endividamento e altas de preços do último ano. Logo, a busca de descontos em categorias básicas e de reposição como alimentos e bebidas ganham destaques na Black Friday deste ano, com o objetivo de abastecer o domicílio — avalia Marcelo Osanai, executivo responsável por e-commerce na NielsenIQ Ebit.
Bebida alcoólica é um dos principais alvos
De acordo com o estudo, a bebida alcoólica possui 65% de interesse dos consumidores, crescimento de 4 pontos percentuais. Em seguida vêm bebidas não alcoólicas, que registrou um aumento de 7 pontos percentuais, alcançando 29%. Categorias como mercearia, carnes e congelados também têm crescimento, indicando uma expansão nas escolhas dos consumidores durante a Black Friday.
Para as compras de supermercado e farmácia, os dados mostram que 27,5% dos compradores pretendem realizar compras por aplicativos de delivery durante a Black Friday de 2023.
Consumidor mais cauteloso
Mesmo com o crescimento da intenção de compra em alimentos e bebidas, os eletrodomésticos e eletrônicos, que ainda representam a principal escolha dos consumidores para a data, devem ter crescimento.
Eletrônicos aumentam para 41%, antes era 35% em 2022, eletrodomésticos foi de 35% para 40% e Informática de 30% para 36%. Mesmo com esses números, especialistas avaliam que o consumidor não vai exagerar.
— Produtos acima de R$ 500 deve ser o foco dos consumidores, para que o desconto faça mais diferença na aquisição. Mas, os consumidores devem exigir bastante transparência e serem mais seletivos, sem grandes exageros. Isso porque a renda da população segue bastante comprometida — reflete — Lucas Lima analista de Varejo da VG Research.
A pesquisa revelou também outros novos fatores que influenciam o consumidor a comprar um produto. Enquanto os detalhes do e a avaliação de outros consumidores passaram a ganhar importância, atingindo 44% (ante 39%) e 26% (ante 33%), respectivamente, o preço do frete apresentou movimento contrário na hora da compra on-line.
— O Consumidor nesse ano é mais cauteloso e consciente (...) Nesse ano, será necessário estratégias muito claras e eficazes para atrair os consumidores ao Online e garantir uma experiência positiva para idealizá-lo a garantir o retorno — explica Osanai.
Fonte: O GLOBO
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