Considerada como um ‘superalimento’, a quinoa auxilia no funcionamento do processo digestivo e protege o sistema cardiovascular

Após três meses no espaço, os astronautas podem perder até um terço da massa muscular e 6% da massa óssea, por isso a dieta deles é diferenciada. Eles precisam ter muita proteína para evitar os efeitos nocivos da falta de gravidade sobre os músculos. O alimento que eles mais consomem enquanto estão no espaço e que garantem isso a eles é a quinoa.

Considerada como um “superalimento”, devido ao seu valor nutricional, a quinoa é um pseudocereal integral, esta característica deve-se ao fato de ter propriedades semelhantes às dos cereais, como trigo, aveia, cevada, centeio e arroz.

Segundo especialistas em nutrição, o alimento é rico em macronutrientes, entendidos como a principal fonte de energia, entre eles os carboidratos formados por fibras que regulam o funcionamento digestivo, as proteínas, que dão estrutura aos músculos, e as gorduras poliinsaturadas ômega 3, que contribuem para o bom funcionamento do metabolismo.

A quinoa vem conquistando cada vez mais adeptos e, aos poucos, ganhou espaço na culinária internacional devido aos seus múltiplos benefícios para a saúde. A nutricionista argentina Estela Mazzei destaca as vantagens de ser isenta de glúten, ideal para celíacos, e indicada para diabéticos por ter baixo índice glicêmico.

— A quinoa possui os nove aminoácidos essenciais, ou seja, aqueles que o corpo não consegue produzir sozinho e que são responsáveis por formar e restaurar as estruturas celulares dos músculos, pele, hormônios e enzimas para o metabolismo funcione corretamente — afirma a especialista.

É um bom alimento para ser consumido entre atletas, pois fornece energia a partir destes macronutrientes, o que melhora o desempenho e a resistência. A quinoa também auxilia no bom funcionamento do sistema digestivo, ajuda a processar os alimentos de forma eficaz e protege o sistema cardiovascular, pois reduz o nível de colesterol ruim (LDL) no sangue.

Além de todos esses benefícios, o alimento também tem vitaminas do complexo B, essenciais para maior energia, e minerais, como:
  • Cálcio: atua na estrutura óssea e dentária;
  • Ferro: contribui no transporte de oxigênio e fortalece o sistema imunológico;
  • Magnésio: regula o sistema nervoso e os níveis de açúcar no sangue;
  • Fósforo: está envolvido nas contrações musculares e na sinalização nervosa;
  • Potássio: chave para a função cardíaca;
  • Zinco: participa do reparo celular.
Origens

A quinoa vem de uma planta andina do gênero Chenopodium, nativa da área do entorno do Lago Titicaca, localizado ao longo da fronteira andina entre o Peru e a Bolívia.

Achados arqueológicos estimam que data de aproximadamente 3.000 e 5.000 A.C. e estima-se que seu cultivo tenha chegado ao Chile e à Argentina há cerca de 2 mil anos, principalmente nas províncias do Noroeste, Jujuy e Salta, onde é uma marca registrada de sua gastronomia.

Com a chegada dos espanhóis ao território sul-americano, os colonizadores se apropriaram desse grão e rapidamente o distribuíram para fora de sua região, introduzindo-o na Europa e na Ásia.

Sua relevância é tamanha que a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2013 como o “Ano Internacional da Quinoa” com o intuito de divulgar suas qualidades e aumentar seu consumo.

Os fiéis seguidores de um estilo de vida saudável foram rápidos em incorporá-la em seus planos alimentares diários. Um deles, a renomada atriz de cinema Gwyneth Paltrow, recomenda o ingrediente em seu livro “The clean plate: Eat, reset, heal”. Lá, ela dá o passo a passo dos preparos onde inclui a quinoa. Um dos exemplos é uma salada que combina com um mix de legumes cozidos e frango salteado.

Adeptos da quinoa gostam de utilizá-lo no lugar do arroz, porém, a versatilidade do produto faz ele ser usado em pratos salgados, saladas, sopas e hambúrgueres de vegetais.


Fonte: O GLOBO