Estudante de Biomedicina, a paraense Melyssa da Costa não quis voltar ao Brasil antes de concluir a graduação; casal deixa filho de um ano, que está sob custódia do governo americano
A jovem Melyssa Pereira da Costa, de 21 anos, natural de Parauapebas, no sudeste do Pará, encontrada morta na cidade de Dunbury, em Connecticut, nesta segunda (20), foi para os Estados Unidos em 2020, assim como muitos brasileiros, para realizar o sonho de uma vida melhor o filho que ainda iria nascer. Ela era casada há quatro anos com Dheraldy Mendes, que teria tirado a própria vida e deixado o filho de apenas um ano.
O casal foi junto para os EUA, com Melyssa já grávida, para morar na mesma cidade em que a família de Mendes vive. Segundo familiares, o casal havia se separado há pouco tempo, e a jovem ficou morando na casa com o filho, enquanto Dheraldy foi para casa dos pais. Uma das suspeitas é feminicídio.
— Ela casou aqui e foi grávida pra lá. Aqui nunca foram de brigar, pra gente isso tudo foi muita surpresa, ficamos em choque. Quando ela foi para lá, dizia pra gente que Deus tinha abençoado ela com um marido maravilhoso, sempre dizia isso pra gente. Quando soubemos da separação, ficamos sem entender, mas ela disse a irmã que tava bem, que a família dele estava dando apoio pra ela e que ela queria terminar a faculdade pra voltar pra cá com o filho — disse a tia de Melyssa, Gislene Silva, ao O Liberal.
Casal morava em Danbury, no estado de Connecticut, nos Estados Unidos — Foto: Reprodução
A paraense conseguiu realizar um sonho antigo e ingressou na faculdade de Biomedicina nos Estados Unidos. Para pagar os estudos, ela trabalhava fazendo faxinas, enquanto o marido atuava como soldador. Após o divórcio, a família de Melyssa chegou a pedir que ela voltasse ao Brasil, mas a jovem informou que estava bem e que pretendia terminar seu curso para retornar formada.
— Ele não era muito de conversar com a gente, falava às vezes quando vinha por aqui, mas era muito na dele. Como pareciam se respeitar e ela dizia que ele era um bom marido, achamos que estava tudo normal, foi um choque quando veio a notícia que ela estava solteira — disse Gislene sobre Dheraldy.
Além do luto e tristeza, a família de Melyssa agora vive uma incerteza: o filho do casal está sob tutela do estado americano. Não foi permitido que o bebê ficasse com a família paterna pelo menos até o final das investigações. A família materna informou que vai requerer a guarda da criança.
Nas redes sociais, amigos de Melyssa lamentaram a perda da jovem e pediram solidariedade para ajudar a família com o translado do corpo. Eles criaram uma vaquinha virtual para ajudar com os custos do transporte.
“Ela deixa para trás seu filho de apenas um ano e o grande sonho de poder dar uma vida melhor para ele. A mesma não tinha família aqui nos EUA, apenas amigos e companheiros de trabalho. Portanto, pedimos a solidariedade de todos para realizar o desejo da mãe de poder se despedir de sua filha uma última vez”.
Fonte: O GLOBO
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