Entre famílias com renda de até R$ 330 por pessoa, participação dos programas sociais no orçamento cresceu 20 pontos percentuais entre 2012 e 2022

Em 2022, o trabalho respondeu por 74,5% do rendimento domiciliar — 1,2 ponto percentual a menos que em 2012, segundo dados da Síntese de Indicadores Sociais divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira. Isso aconteceu principalmente porque a parcela dos programas sociais do governo no orçamento cresceu entre os mais pobres. Entre as famílias com renda de até R$ 330 per capita, o rendimento do trabalho caiu de 62,2% para 45,6% naquele período.

A principal razão para isso foi o aumento do valor do Auxílio Brasil para R$ 600 no ano passado. O programa foi rebatizado de Bolsa Família no governo Lula. O aumento do valor do benefício aumentou o poder de compra dos mais pobres, diminuindo proporcionalmente a fatia da renda do trabalho para essas pessoas.

Já considerando as famílias com renda entre R$ 330 e R$ 660, a participação dos benefícios governamentais na renda quase dobrou, passando de 8,2% para 17% na década, enquanto o rendimento do trabalho caiu de 72,7% para 66,4%.

Rendimento aumenta cerca de 7%

Esse fortalecimento dos programas sociais nos anos de 2021 e 2022 fez com que as famílias mais pobres e de pessoas pretas ou pardas tivessem os maiores ganhos no orçamento familiar. O maior aumento no rendimento ocorreu entre as moradias que representam os 10% de menores rendimentos do Brasil (59,2%).

— Foto: Infografia/O GLOBO

Além disso, enquanto o rendimento médio domiciliar per capita (RDPC) aumentou 6,9% na média brasileira, entre as famílias negras esse crescimento foi de 11,8%. Entre as brancas, de 3,5%. Mesmo assim, o rendimento das famílias brancas continua sendo quase o dobro que o das famílias negras, em um embate de R$ 2.118 contra R$ 1.163.


Fonte: O GLOBO