Para aliados, indicado de Lula tem conseguido quebrar resistências durante conversas

Parlamentares da base do governo no Congresso ficaram mais confiantes na aprovação do nome de Flávio Dino ao Supremo Tribunal Federal (STF) após as primeiras conversas do ministro com senadores. Na semana passada, a contabilidade feita por aliados apontava um piso de 50 votos no plenário da Casa. Agora, esse número subiu para 53.

Para esse grupo, Dino tem conseguido quebrar a resistência de alguns senadores indecisos, de centro-direita, ao se apresentar com uma postura menos combativa e mais política. Levantamento do GLOBO com os 81 senadores mostra que 36 parlamentares disseram ainda não ter decidido ou não quiseram revelar como votarão.

Dino tem realizado encontros e mantido conversas com parlamentares até da oposição, como com os senadores Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e Izalci Lucas (PSDB-DF).

Lucas disse ter tido uma conversa produtiva e tranquila com Dino, mesmo tendo abordado temas polêmicos, como a atuação do governo nos atos do 8 de janeiro e a visita ao Ministério da Justiça de Luciane Barbosa Farias, mulher de um dos maiores traficantes do Amazonas.

Governistas acreditam que Dino tem um teto de até 62 votos para conquistar entre os 81 senadores. Ficam de fora das possibilidades, por exemplo, a bancada do PL, com 12 senadores, e parlamentares declaradamente de oposição, como Damares Alves (Republicanos-DF).

Como o GLOBO mostrou, durante as conversas e encontros na Cúpula do Clima, nos Emirados Árabes, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), estar confiante com a aprovação do seu indicado ao Supremo.

Nesta quarta-feira, os relatores das indicações de Lula para o Supremo Tribunal Federal e à Procuradoria-Geral da República, com Paulo Gonet, fizeram a leitura de seus pareceres favoráveis aos nomes, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado nesta quarta-feira, 6. Não houve discussão após a leitura, e a sabatina e a votação ocorrerão na quarta-feira da semana que vem.


Fonte: O GLOBO