Joseph Emerson foi acusado de colocar aeronave e passageiros em perigo; áudio de comandante para controle de tráfego áereo detalhou incidente

O piloto detido por tentar desligar os motores de um avião de passageiros em pleno voo, em outubro, foi acusado formalmente pelo caso, mas não por tentativa de homicídio. Um tribunal de Oregon decidiu que Joseph David Emerson, de 44 anos, vai responder por "colocar a aeronave em perigo" e por 83 acusações de "colocar alguém em perigo de forma imprudente".

De folga, Emerson acompanhava a tripulação da Alaska Airlines quando avançou sobre os controles de voo. Ele estava sentado no assento auxiliar da cabine de comando, atrás do comandante e do primeiro-oficial, quando tomou a atitude. O avião levava 80 passageiros de Everett, em Washington, para São Francisco, na Califórnia. O voo foi desviado para Portland, Oregon.

O caso passou a ser investigado pelo FBI, o serviço doméstico de inteligência e segurança dos Estados Unidos, e pelo Departamento de Polícia de Portland. Depois de ser detido, Emerson alegou que havia consumido "cogumelos alucinógenos" 48 horas antes, como uma forma de lidar com a morte do melhor amigo.

A defesa de Emerson argumentava que ele não deveria responder por nenhum crime, mas celebrou o fato de ele ter ficado livre das acusações de tentativa de homicídio.

"As acusações de tentativa de homicídio nunca foram apropriadas neste caso porque o capitão Emerson nunca teve a intenção de machucar outra pessoa ou colocar alguém em risco. Ele só queria voltar para casa, para sua esposa e filhos", afirmaram os advogados em nota reproduzida pela CNN.

Áudio revela reação da população

Um áudio enviado pelo comandante ao controle de tráfego aéreo mostra a reação da tripulação quando Emerson tentou desligar os motores.

— Só para atualizar. Nós pegamos o cara que tentou desligar os motores fora da cabine, e ele não parece estar causando nenhum problema na parte de trás agora mesmo. — Acho que ele está dominado — acrescentou o piloto, que pediu a presença da polícia “assim que chegarmos ao chão e estacionarmos”.

Uma passageira, identificada como Aubrey Gavello, contou à rede ABC News que ninguém ficou sabendo da grave ameaça. Os clientes só souberam que havia algo errado quando a tripulação avisou que a aeronave precisaria pousar imediatamente, citando uma "emergência médica" a bordo.

Gavello disse à rede americana que ouviu uma das comissárias dizer a Emerson: "Vamos ficar bem, está tudo bem, vamos tirar você do avião".

— Então eu realmente pensei que era uma emergência médica séria — disse ela.

Outro passageiro confirmou à ABC que os passageiros não tinham ideia do que estava acontecendo e que o caso foi resolvido com profissionalismo.


Fonte: O GLOBO