Alvinegro pode contar com ajuda de clubes europeus de John Textor para ter o argentino em 2024

A 15 dias do início da janela de transferências, que abre em 11 de janeiro, a diretoria da SAF do Botafogo tem em Cristian Medina um dos principais alvos para reforçar a equipe — ele já havia sido tentado na janela de transferências do meio de 2022, sem sucesso. Não à toa, o clube ofereceu ao Boca Juniors R$ 34 milhões para a contratação do meio-campista. 

Recusado pelos argentinos, o valor faria de Medina a maior contratação da história do alvinegro. Os xeneizes se mostram irredutíveis e só aceitam negociar a joia pela multa rescisória de 15 milhões de dólares (cerca de R$ 73 milhões). As cifras são justificadas não só pelo bom desempenho do jogador no time que o revelou, mas também pela projeção de futuro do atleta.

Aos 21 anos, Medina é considerado uma das maiores revelações do Boca Juniors nos últimos anos. Capaz de atuar em praticamente todas as posições do meio campo, ele poderia chegar para disputar posição com Tchê Tchê ou Eduardo, por exemplo.

— Medina é um jogador com uma dinâmica muito pouco vista no futebol argentino. Ele tem a facilidade de correr muito, de pressionar muito bem no campo rival, como sempre faz. Muita movimentação, conduz muito bem a bola. Tem boa finalização de longa e média distância. Fez um golaço no ângulo este ano (contra o Platense, em agosto). 

A verdade é que é um jogador que, para mim, o melhor lugar dele é atrás de um número 9, ou seja, como um laço entre os volantes e os atacantes. Pode jogar em várias posições, mas acho que onde melhor pode jogar é flutuando entre os volantes e mais perto dos atacantes — explicou Luis Alberto Fragossi, apresentador da rádio Mundo Boca.

Revelado pelo Boca Juniors em 2020, Medina teve média de 43 partidas nas últimas três temporadas. Em 2023, ele fez 50 jogos pelo Boca Juniors, com cinco gols e quatro assistências. O bom desempenho não é segredo para a diretoria xeneize e para o ídolo e atual presidente Riquelme.

— Ele é muito apoiado, é um jogador emblema dessa diretoria que é comandada por Riquelme. Ele estreou quando Riquelme comandava o futebol do Boca (antes de ser eleito presidente há duas semanas, o ex-jogador era vice-presidente de futebol). Ele tem um passado de seleções de base. Jogou Mundial sub-17, Sul-Americano. Foi citado na seleção principal. É um jogador muito importante para essa diretoria — revelou Fragossi.

Há, dentro da SAF, quem diga que o Botafogo não pagará a multa rescisória e, desta forma, precisaria da ajuda de Lyon ou Crystal Palace para obter Medina. Por outro lado, existe também quem acredita que o alvinegro pode aumentar os valores e tentar negociar com o Boca Juniors sem necessariamente chegar no valor da multa rescisória.

Caso a negociação caminhe para a primeira opção, o Botafogo, por não ter caixa suficiente para pagar o valor exigido pelo Boca Juniors, precisaria da ajuda dos parceiros Lyon e Crystal Palace para contratar Medina — ambos os clubes compõem a Eagle Holding, empresa que John Textor realiza investimentos no futebol. A ideia é que Medina, com contrato com os Xeneizes até 2027, seja comprado por um dos dois clubes e, num primeiro momento, emprestado para o alvinegro.

Por mais que as cifras sejam consideradas elevadas para os padrões brasileiros, quem acompanha o jovem de perto afirma que elas não são altas por conta do talento do meia e do potencial de desenvolvimento.

— Acho que não vai haver muito mais (negociação) além da cláusula de saída e, bom, vai muito dele também. Se disser que quer sair pela cláusula, não tem o que fazer. A multa, para um jogador na projeção que tem Medina, não é alta — disse Fragossi, que ponderou: — Ele teve um subida de rendimento alta esse ano, mas houveram partidas importantes onde era esperado que mantivesse o nível e acabou que não jogou, nem ele e nem o Barco. Nenhum dos dois jogou a final contra o Fluminense (da Libertadores) a altura.


Fonte: O GLOBO