Atacante de 26 anos apareceu no Corinthians, mas foi taxado de maneira indesejada; neste ano, chegou à Baixada Fluminense após melhor temporada da carreira profissional
Carlinhos surgiu de maneira avassaladora no Corinthians, encontrou obstáculos para se afirmar no profissional, e precisou entrar no caminho pedregoso das equipes de menor expressão do futebol brasileiro.
O atleta chegou ao sub-17 do Corinthians em 2014, após passar por Noroeste e Novorizontino. Se a equipe de jovens do Parque São Jorge está na final da Copinha, que acontece amanhã, às 15h30, contra o Cruzeiro, os campeões da edição de 2017 tinham o atacante como principal referência.
Ele fez 11 gols naquele torneio, marcando em cada uma das oito partidas que disputou. Sete anos depois, chegou ao Nova Iguaçu após ter sua melhor temporada como profissional: nove gols em 15 jogos — oito pelo Camboriú (SC), que disputou a Série D do Brasileirão, e um pelo Audax, no último Carioca. Na carreira toda, são apenas 17 gols ao longo de seis anos.
O rodízio de clubes incluiu Oeste (SP), Vila Nova (GO), Marcílio Dias (SC), Atibaia (SP), São Caetano (SP), Santo André (SP) e Juventus (SP). Entre séries de empréstimos e o término de seu contrato com o alvinegro, no final de 2020, alguns motivos indicam porque Carlinhos se tornou mais uma dessas promessas que não alcançou as expectativas.
A começar por ter feito apenas um jogo no profissional do Corinthians, atuando 18 minutos em uma partida contra o Atlético-GO, pelo Brasileirão de 2017. Ter a concorrência de Jô, que fez grande temporada no ano em que o clube foi campeão nacional, não fez bem para o jovem. Depois, como não tinha mais idade para retornar ao sub-20, iniciou seu ciclo de empréstimos no Oeste.
Então, o técnico da época, Fábio Carille, insinuou que Carlinhos tinha problemas de comportamento. Em entrevista ao site “ge”, em 2020, o jogador negou, e revelou que o treinador que mais o ajudava era Osmar Loss, auxiliar e antigo treinador do sub-20.
— Sofri muito com isso, as pessoas me acusando. Você já se sente mal por não estar jogando, aí vêm algumas pessoas me massacrar falando que eu bebia, que era baladeiro, sendo que nunca saí. Morava com meu empresário em São Paulo. Não ia chegar às 4h morando na casa dos outros. Era do treino para casa, e da casa para a igreja, tanto que meu pai é pastor e sempre me pegou no pé para ir à igreja. Nunca fui de sair. Querendo ou não, acabaram com minha imagem. Muita gente falou de mim sem saber — disse.
Esses rumores, segundo o próprio, o rotularam como “jogador sem cabeça”, prejudicando grande parte de sua carreira. Por isso, precisou dar passos atrás em clubes menores. Mesmo assim, nunca desistiu do sonho de ser bem sucedido.
Após a boa temporada em 2023, a oportunidade no Nova Iguaçu começou com bons sinais. Em 2020, ele disse que “um dia daria entrevista” e “estaria na seleção brasileira”. Um Carioca regular pode ajudar a "nova-velha" revelação a voltar ao rumo do brilho.
Fonte: O GLOBO
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