De acordo com investigadores, fugitivos permaneceram quatro horas na residência no perímetro próximo a penitenciária federal
Os dois detentos que fugiram da Penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, na quarta-feira passada fizeram uma família refém na noite desta sexta-feira. De acordo com investigadores, os fugitivos invadiram a casa de uma família numa área rural da cidade, pediram comida e roubaram celulares. A dupla ficou no local por cerca de quatro horas, não pediu dinheiro e fugiu.
O relato da família aos investigadores é de que ambos estavam sujos, cheiravam mal e pareciam desnorteados. Os dois estavam de boné, um deles calça azul claro e tênis azul. Um vestia camisa escura e o outro camisa clara.
Não houve violência com os reféns. A dupla chegou pelo mato por volta das 19h30 de sexta-feira e saiu 0h30 de sábado. Ao invadirem a casa, falaram que queriam comida e celular. Em uma sacola plástica, levaram alimentos, ovo cozido e outros itens, ambos não estavam de mochila.
Em entrevista coletiva na quinta-feira, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que os fugitivos estavam a um raio de 15 quilômetros da prisão. A família feita refém está dentro desse perímetro.
A avaliação investigadores é de que a invasão dessa casa ocorreu em um ato de desespero de ambos e devido a intensidade das buscas.
Ligados ao Comando Vermelho, os fugitivos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Deisinho. Ambos são do Acre e estavam na Penitenciária Federal de Mossoró desde 27 de setembro de 2023.
Em julho de 2023, a dupla participou de uma rebelião sangrenta em presídio de segurança máxima em Rio Branco. Houve roubo de armas e ferimentos de policiais penais, reféns e cinco mortes, sendo três delas decapitações. O motim levou os dois presos a serem transferidos para o presídio federal de Mossoró (RN), criado com o objetivo de isolar líderes de facções criminosas do restante da massa carcerária. Rogério e Deibson Cabral Nascimento estavam em celas individuais antes da fuga.
Inédita no sistema penitenciário federal, a fuga ocorreu de terça para quarta-feira. A unidade de segurança máxima foi inaugurada em 3 de julho de 2009 e projetado para receber até 208 presos. O presídio é uma reprodução do modelo de unidades de segurança máxima norte-americanas, conhecidas como “Supermax”, conforme descrição do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Lewandowski afastou a direção da penitenciária no mesmo dia da fuga e nomeou um interventor, Carlos Luis Vieira Pires, que já dirigiu a penitenciária federal de Catanduvas (PR). A Polícia Federal apura se a fuga teve a a ajuda de um agente penitenciário ou operário de obras feitas na unidade.
A perícia da PF encontrou objetos metálicos nas celas dos fugitivos, usados para arrancar uma luminária e ampliar o buraco por onde fugiram. A posse dos artefatos viola o protocolo de segurança do presídio de segurança máxima. Investigadores avaliam que tanto a retirada da luminária quanto o buraco não tenham sido feitos de uma hora para outra, mas aos poucos, e ao longo de vários dias. Uma das suspeitas é de que os presos usaram um lençol na ponta dos objetos para abafar o barulho com os preparativos para escapar.
Ligados ao Comando Vermelho, os fugitivos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Deisinho. Ambos são do Acre e estavam na Penitenciária Federal de Mossoró desde 27 de setembro de 2023. ante o banho de sol dos detentos.
Fonte: O GLOBO
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