Crime teria sido cometido por outros influenciadores digitais que convidaram Geovana Santos, de 19 anos, e uma amiga para um sítio no interior paulista
Ela narra ter sido estuprada, agredida e mantida em cárcere privado por um grupo de influenciadores digitais, no fim do mês passado, após ter sido convidada para uma festa em um sítio do interior de São Paulo. A Polícia Civil paulista investiga o caso.
Nascida em 2004, Geovana é natural de Curitiba, capital do Paraná. Nos registros compartilhados na página, porém, ela aparece por outras partes do Brasil, sobretudo destinos praianos, como a Baixada Santista, em São Paulo, Balneário Camboriú, em Santa Catarina, e Guaratuba, no litoral paranaense.
Ela começou a fazer suas publicações no Instagram em 2019, ainda adolescente. Com fotos a bordo de barcos, jet-skis e curtindo a noite em baladas e restaurantes, a jovem, que tem como lema "evoluir sem passar a perna em ninguém", logo atraiu a atenção de centenas de milhares de internautas.
Foto posta por Geovana no aniversário de 19 anos — Foto: Reprodução/Instagram
O caso
A Polícia Civil de Igaratá, no interior de São Paulo, investiga a denúncia da influenciadora digital sobre estupro, agressão e cárcere privado. Geovana relata que ela e uma amiga foram atacadas por um grupo de homens durante uma festa com outros produtores de conteúdo que ocorreu em um sítio na região.
A jovem foi convidada para o evento justamente por trabalhar como influenciadora, assim como a amiga. As duas viajaram do Paraná para São Paulo para passar o fim de semana no local da confraternização, ocorrida no fim de janeiro, em um imóvel alugado pelos supostos agressores. Outras jovens também estavam presentes.
Geovana Pontes, de 19 anos, relata ter sofrido agressões de outros influenciadores em festa — Foto: Reprodução
No dia 29 de janeiro, Geovana postou uma sequência de fotos em que aparece ferida e ensanguentada, com um corte na boca, e também na porta da delegacia, onde, em um primeiro momento, ela relatou apenas os crimes de injúria, ameaça e lesão corporal, omitindo, por vergonha, o estupro. "Justiça", escreveu a jovem na mensagem, ao lado de emojis de choro.
Além da violência física, a influenciadora acredita ter sido dopada durante a festa. Os agressores também teriam trancado a porta do local, impedindo que ela e a amiga fossem embora.
Nesta quarta-feira, três semanas após o evento, a Polícia Civil de São Paulo informou apenas que o caso "está sob investigação pela Delegacia de Igaratá". "Requisições policiais foram emitidas, e devido a uma nova denúncia de abuso sexual, foi solicitado outro exame ao Instituto Médico Legal (IML)", complementa a nota enviada pelo órgão.
"Os envolvidos estão sendo identificados pela equipe para serem qualificados e intimados. Da mesma forma, as vítimas serão ouvidas para contribuir no esclarecimento dos fatos. As investigações continuam em andamento sob sigilo", conclui o texto.
Nesta terça-feira, nos stories do Instagram, a influenciadora fez um desabafo sobre a demora para que a investigação avance e questionou comentários dos quais vem sendo alvo. "Tem gente que acha que sou eu que faço a Justiça. Minha parte estou fazendo, mas a Justiça não é do dia pra noite, infelizmente", comentou.
"Vocês querem que eu faça o quê? Bata no juiz, na polícia, para resolver meu caso? Não é bem assim, tudo é um processo", prosseguiu Geovane, citando ainda que um perito "entrou no caso" para "pegar as câmeras e vir com as provas" e que um advogado "está resolvendo" as questões relativas ao episódio.
A jovem e o advogado dela não responderam aos contatos do GLOBO até o momento. Em entrevista à TV Record, Geovana falou sobre o drama vivido no sítio em Igaratá.
— Não tinha comida, não tinha sinal (de celular), não tinha nada. Não tinha nem como eu sair. Ninguém entrava e ninguém saía da casa — descreveu a jovem, que deu outros detalhes de parte das agressões: — (Um dos influenciadores) me pegou pelo pescoço e me deu um soco na boca. Foi na hora que caí com tudo para trás, e outros dois ficaram falando: "É, bate mesmo". "É isso, aí". "É isso que vocês merecem"— relatou.
Geovana conta que consumiu álcool na festa, mas levanta a hipótese de que outras substâncias tenham sido fornecidas sem que ela tivesse ciência.
— Eu tive relação sem o meu consentimento. Eu estava vulnerável. Não sabia o que estava acontecendo — disse.
Nascida em 2004, Geovana é natural de Curitiba, capital do Paraná. Nos registros compartilhados na página, porém, ela aparece por outras partes do Brasil, sobretudo destinos praianos, como a Baixada Santista, em São Paulo, Balneário Camboriú, em Santa Catarina, e Guaratuba, no litoral paranaense.
Ela começou a fazer suas publicações no Instagram em 2019, ainda adolescente. Com fotos a bordo de barcos, jet-skis e curtindo a noite em baladas e restaurantes, a jovem, que tem como lema "evoluir sem passar a perna em ninguém", logo atraiu a atenção de centenas de milhares de internautas.
Foto posta por Geovana no aniversário de 19 anos — Foto: Reprodução/Instagram
O caso
A Polícia Civil de Igaratá, no interior de São Paulo, investiga a denúncia da influenciadora digital sobre estupro, agressão e cárcere privado. Geovana relata que ela e uma amiga foram atacadas por um grupo de homens durante uma festa com outros produtores de conteúdo que ocorreu em um sítio na região.
A jovem foi convidada para o evento justamente por trabalhar como influenciadora, assim como a amiga. As duas viajaram do Paraná para São Paulo para passar o fim de semana no local da confraternização, ocorrida no fim de janeiro, em um imóvel alugado pelos supostos agressores. Outras jovens também estavam presentes.
Geovana Pontes, de 19 anos, relata ter sofrido agressões de outros influenciadores em festa — Foto: Reprodução
No dia 29 de janeiro, Geovana postou uma sequência de fotos em que aparece ferida e ensanguentada, com um corte na boca, e também na porta da delegacia, onde, em um primeiro momento, ela relatou apenas os crimes de injúria, ameaça e lesão corporal, omitindo, por vergonha, o estupro. "Justiça", escreveu a jovem na mensagem, ao lado de emojis de choro.
Além da violência física, a influenciadora acredita ter sido dopada durante a festa. Os agressores também teriam trancado a porta do local, impedindo que ela e a amiga fossem embora.
Nesta quarta-feira, três semanas após o evento, a Polícia Civil de São Paulo informou apenas que o caso "está sob investigação pela Delegacia de Igaratá". "Requisições policiais foram emitidas, e devido a uma nova denúncia de abuso sexual, foi solicitado outro exame ao Instituto Médico Legal (IML)", complementa a nota enviada pelo órgão.
"Os envolvidos estão sendo identificados pela equipe para serem qualificados e intimados. Da mesma forma, as vítimas serão ouvidas para contribuir no esclarecimento dos fatos. As investigações continuam em andamento sob sigilo", conclui o texto.
Nesta terça-feira, nos stories do Instagram, a influenciadora fez um desabafo sobre a demora para que a investigação avance e questionou comentários dos quais vem sendo alvo. "Tem gente que acha que sou eu que faço a Justiça. Minha parte estou fazendo, mas a Justiça não é do dia pra noite, infelizmente", comentou.
"Vocês querem que eu faça o quê? Bata no juiz, na polícia, para resolver meu caso? Não é bem assim, tudo é um processo", prosseguiu Geovane, citando ainda que um perito "entrou no caso" para "pegar as câmeras e vir com as provas" e que um advogado "está resolvendo" as questões relativas ao episódio.
A jovem e o advogado dela não responderam aos contatos do GLOBO até o momento. Em entrevista à TV Record, Geovana falou sobre o drama vivido no sítio em Igaratá.
— Não tinha comida, não tinha sinal (de celular), não tinha nada. Não tinha nem como eu sair. Ninguém entrava e ninguém saía da casa — descreveu a jovem, que deu outros detalhes de parte das agressões: — (Um dos influenciadores) me pegou pelo pescoço e me deu um soco na boca. Foi na hora que caí com tudo para trás, e outros dois ficaram falando: "É, bate mesmo". "É isso, aí". "É isso que vocês merecem"— relatou.
Geovana conta que consumiu álcool na festa, mas levanta a hipótese de que outras substâncias tenham sido fornecidas sem que ela tivesse ciência.
— Eu tive relação sem o meu consentimento. Eu estava vulnerável. Não sabia o que estava acontecendo — disse.
Fonte: O GLOBO
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