Aprovação da elevação de capital da BID Invest possibilitará dobrar a capacidade de financiamento da instituição financeira
O governo federal vai defender uma ampliação de US$ 3,5 bilhões no capital do BID Invest, o braço para o setor privado do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), presidido pelo economista brasileiro Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco Central (BC).
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, trabalhará pela aprovação da medida na reunião anual dos Conselhos de Governadores do BID e do BID Invest, em Punta Cana, balneário na República Dominicana.
Os governadores do BID são os representantes de cada país no banco multilateral. A ministra Simone representa o Brasil nos Conselhos e deverá chegar à República Dominicana nesta quinta-feira.
As reuniões dos Conselhos serão abertas oficialmente no sábado e terão seu encerramento, com a deliberação sobre as medidas propostas, no domingo, dia 10. Seminários paralelos ocorrem desde quarta-feira, dia 6.
Segundo Renata Amaral, secretária de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento do Ministério do Planejamento, a aprovação da elevação de capital da BID Invest conforme defende o Brasil possibilitará dobrar a capacidade de financiamento da instituição financeira.
– O BID Invest está com a capacidade de emprestar no Brasil estourando – afirmou Renata ao GLOBO, nos corredores do encontro do BID.
O BID Invest financia projetos privados de concessionárias de infraestrutura, como saneamento básico, bem como investimentos em projetos sustentáveis e em prol da igualdade de gênero, ressaltou a secretária, otimista com a aprovação do aumento de capital no domingo.
Para elevar o capital da BID Invest, cada país cotista da instituição multilateral deve fazer uma contribuição financeira proporcional à sua participação – do contrário, será diluído como acionista. O Brasil arcaria com um total de US$ 434 milhões, divididos em sete parcelas anuais de US$ 62 milhões, disse Renata.
O otimismo da secretária com a aprovação da proposta de elevação de capital do BID Invest passo pela apoio dos EUA. A secretária de Tesouro dos EUA, Janet Yellen, defendeu a medida publicamente em duas ocasiões na semana passada, em visitas ao Brasil, para reuniões do G20, e ao Chile.
Além do aumento de capital do BID Invest, os Conselhos da instituição multilateral deliberarão sobre a criação de instrumentos financeiros para ampliar sua atuação.
Em discursos na abertura dos seminários paralelos na quarta-feira, Goldfajn classificou as propostas de mudanças como “históricas”. Em 2023, o BID desembolsou US$ 11,1 bilhões para todos os países da América Latina e do Caribe, em torno da metade do peso do BNDES apenas no Brasil.
* O repórter viajou a convite do BID.
Fonte: O GLOBO
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