Bebê com menos de um dia de vida não resistiu a transferência em uma UTI aérea de emergência, segundo a Secretaria de Saúde de Manicoré.
A casa do prefeito de Manicoré, Lúcio Flávio (PSD), e o Hospital Regional Dr. Hamilton Maia Cidade foram depredados nesta quarta-feira (6) durante uma manifestação de moradores do município no interior do Amazonas e familiares de um recém-nascido que morreu após sofrer complicações pós-parto.
O bebê com menos de um dia de vida não resistiu a transferência em uma UTI aérea de emergência, segundo a Secretaria de Saúde de Manicoré. Veja abaixo o posicionamento completo do órgão.
A situação gerou revolta na população e na família da criança, que alega negligência médica e que a prefeitura da cidade demorou para prestar o auxílio necessário. Eles ainda teriam pedido ajuda para fretar um voo para Manaus.
Segundo a polícia, após o sepultamento do recém-nascido, manifestantes foram para frente da casa do prefeito e um familiar bateu com o carro no portão do imóvel. Em seguida, as pessoas que participavam do ato entraram na residência de Lúcio Flávio, que não estava no local, e danificaram a estrutura e alguns objetos. Atos de vandalismo também ocorreram no hospital da cidade.
Equipes da Polícia Militar foram acionadas e isolaram a área. Durante a confusão, duas mulheres foram detidas, elas foram ouvidas na delegacia e liberadas. A PM segue na frente da casa do prefeito fazendo a segurança.
Em nota, a Prefeitura de Manicoré lamentou a morte do recém-nascido e informou que os responsáveis pelas ações de vandalismo serão identificados e responderão na justiça pelos atos.
"Tentar politizar um evento tão trágico é um ato de insensibilidade e ilegalidade. Estas ações desrespeitam a memória do recém-nascido e sua família, bem como toda a nossa comunidade, que se encontra enlutada e em busca de conforto e apoio. Estamos unidos na busca da paz, mas também de justiça e respeito mútuo", diz o comunicado.
Parto e tratamento do recém-nascido
Também em nota, a Secretaria de Saúde de Manicoré explicou os procedimentos adotados no parto e tratamento do bebê. Entenda abaixo a ordem cronológica, segundo o órgão.
Domingo, 3 de março: a mãe do bebê deu entrada às 11h, no Hospital Hamilton Maia Cidade, com perda de líquido, aproximadamente, desde às 7h do mesmo dia. Ela foi atendida e avaliada, porém a equipe médica constatou que ainda não estava em trabalho de parto.
Em seguida foi realizado um exame USG com Doppler de umbilical que constatou parâmetros normais do feto. A mãe do bebê ficou internada para acompanhar a evolução do parto, que ocorreu de forma rápida, às 20h45, após recomendado pelo médico uma cesariana pelas circunstâncias e não houve intercorrências.
No entanto, o bebê nasceu com algumas complicações. A equipe médica realizou os trabalhos adequados e estabilizou o recém-nascido. Em seguida, segundo a Secretaria de Saúde de Manicoré foi solicitado a UTI aérea de emergência, a qual foi aceita e respondido que viria na manhã do dia seguinte.
Segunda-feira, 4 de março: a Secretaria de Saúde de Manicoré explicou que o recém-nascido teve piora no quadro e outra vez foi realizada tentativas de estabilização, as quais foram bem sucedidas. Porém, já no início da manhã, novamente o paciente começou a desestabilizar com piora do quadro progressivamente.
Às 11h, o bebê foi levado para o aeroporto, ocasião que foi necessário em torno de duas horas para estabilização do paciente com o objetivo de que pudesse seguir para o Centro de Referência Diagnóstico e Tratamento Definitivo.
Entretanto, conforme a Secretaria de Saúde de Manicoré , mesmo com padrões de instabilidade, o recém-nascido não conseguiu chegar até o destino e morreu no trajeto.
Fonte: G1
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