Tucanos acusam Vinholi de descumprir estatuto, enquanto comandante da sigla afirma que está tentando aparar arestas

A direção nacional do PSDB anulou a eleição que havia determinado o nome de Marco Vinholi como novo presidente da executiva estadual do partido em São Paulo. Membros da legenda ligados ao atual presidente nacional, Marconi Perillo, acusam Vinholi de ter infringido as regras da sigla ao convocar eleições virtuais e sem o chamamento oficial, por ata, de todos os integrantes do diretório estadual. Perillo afirmou, neste domingo, quem tenta pacificar o ninho tucano.

— Estou trabalhando para pacificar. O entendimento é pacificar o partido. Só depois disso é que eu vou designar uma direção nova — disse.

A reunião que escolheu o nome de Vinholi ocorreu no último dia 6 de março, de maneira virtual. O ex-deputado estadual nega as irregularidades e afirma que o próprio diretório estadual convocou a eleição virtualmente. Ele é aliado do ex-governador João Doria, que deixou o PSDB.

“Na data prevista foi então realizada a reunião que elegeu a executiva estadual do partido com 97 votantes de um diretório com 105 membros, mais de 92%. O resultado fala por si só, representa a vontade da imensa maioria do partido em SP”, informou Vinholi, em nota

A derrubada de Vinholi foi decidida numa reunião da executiva nacional, na noite de sexta-feira passada, com 30 votos favoráveis.

— Ele fez a eleição virtual, não convocou uma série de pessoas e fez voto aberto. Ele fez um movimento agressivo, neste momento em que o partido tenta se unir — criticou o atual presidente do diretório municipal de São Paulo, José Anibal.

Vinholi já havia sido o presidente do diretório estadual até novembro, mas foi retirado do cargo por Eduardo Leite, que presidia o partido à época.

A divergência ocorre em relação à forma de escolha da executiva. Mensagens de uma lista de transmissão do WhatApp do partido, obtidas pelo GLOBO, apontam que o diretório estadual havia divulgado no dia 3 um encontro virtual, para o mesmo dia, para escolher a executiva, incluindo o presidente. Mas, em seguida, foi enviada uma mensagem de adiamento para o dia 6.

No dia 6, uma nova mensagem de adiamento. Dessa vez, porém, com a assinatura da executiva estadual provisória, comandada por Paulo Serra, aliado de Perillo. Isso significaria, para aliados de Perillo, que a eleição não poderia ter ocorrido naquele dia. Entretanto, Vinholi justifica que o adiamento não teria efeito prático e caberia ao diretório, e não à executiva provisória, convocar ou adiar reuniões.


Fonte: O GLOBO