Com painel de Kobra, governo de São Paulo reforça ‘desejo’ de sediar uma edição do SXSW, que ocorre em Austin, no Texas

Um grande painel do grafiteiro Kobra, instalado bem em frente ao Centro de Convenções de Austin, já sugere para os visitantes do South by Southwest (SXSW) que em 2024 há um pouco de São Paulo no mais célebre festival de inovação do planeta. O estado se juntou a empresas privadas e coordenou um investimento de US$ 2 milhões para montar um espaço batizado de Casa São Paulo numa das esquinas mais centrais do evento americano.

Aberta ao público de hoje até terça-feira, o local terá debates, palestras e shows, com o objetivo de inserir São Paulo no mapa da indústria criativa.

A ação de São Paulo é inédita para um estado brasileiro, mas segue uma tendência dos últimos anos do SXSW: o festival, realizado desde 1987 em Austin, a capital do Texas, tem recebido mais e mais brasileiros a cada edição. É gente interessada em descobrir tendências em temas tão variados como medicina, política, cinema, cannabis, música e tecnologia.

Barack Obama (durante sua presidência), Mark Zuckerberg e Elon Musk são algumas das personalidades que já falaram para os milhares que lotam Austin anualmente durante o evento.

No caso de São Paulo, a proposta é fazer do SXSW um "megafone" do que o estado produz, como explica a secretária estadual de Cultura, Economia e Indústrias Criativas, Marilia Marton:

— A cultura não é apenas entretenimento, ela é uma indústria, é um mercado que movimenta a economia. Para nós, estar aqui é uma missão de colocar São Paulo no mapa.

Ao menos na planta de Austin, São Paulo está muitíssimo bem localizado. O painel do grafiteiro Kobra, com a imagem de três personagens que indicam a pluralidade paulistana, está ao lado de um dos pontos do ônibus exclusivo para o uso dos participantes do SXSW e a poucos passos de onde acontecem os principais debates do festival.

O espaço paulista em Austin tem mil metros quadrados e expectativa de receber 5 mil pessoas ao longo dos próximos dias.

Ao lado do governo do estado, Ambev, BRF/Marfrig, Instituto CCR, Itaú, Fundação Itaú, Sabesp e Toyota patrocinam a ação. A curadoria e produção do espaço foi da agência SRCOM. Além da secretária de Cultura, estarão em Austin outros integrantes do governo, como o secretário de Agricultura e Abastecimento, Guilherme Piai, e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Jorge Lima.

— A ideia é falar de São Paulo com pluralidade. É a São Paulo da cultura urbana, do desenvolvimento, das empresas. Mas também é a São Paulo da desigualdade, que vamos discutir trazendo para cá a ONG Gerando Falcões, a fim de pensarmos o que podemos fazer para mudar essa realidade — explica Marilia Marton.

A secretária acrescenta que esta é a primeira participação de muitas do governo do estado no SXSW. Ela sinaliza com a possibilidade de o próprio governador, Tarcísio de Freitas, vir para Austin em edições futuras e também com a vontade de negociar um braço do SXSW no Brasil — em 2023, o evento teve seu primeiro palco fora dos Estados Unidos, com a estreia do SXSW em Sydney, na Austrália.

— Desejo de trazer para São Paulo a gente tem. Para isso acontecer, é preciso que o parceiro passe confiança de que é capaz de usar a marca da melhor forma possível — afirma a secretária de Cultura.

*Enviado especial


Fonte: O GLOBO