Desde que assumiu a pasta, no início de fevereiro, ministro já teve audiência com pelo menos 19 parlamentares
Na tarde de segunda-feira, Lewandowski recebeu em seu gabinete o presidente da comissão de Segurança Pública da Câmara, deputado Alberto Fraga (PL-DF). A reunião durou cerca de 40 minutos e terminou com elogios da parte do parlamentar, que é amigo pessoal do ex-presidente Jair Bolsonaro.
— Ele é uma pessoa totalmente diferente. Eu falei isso para ele, que o Flávio Dino era arrogante, o contrário dele. Ele conversa, entende os argumentos. Foi muito boa (a conversa) — disse ao GLOBO Fraga, que segurou a votação de convocação de Lewandowski na sessão de segunda-feira.
No último mês, quatro pedidos foram protocolados na comissão para convocar o ministro da Justiça a prestar esclarecimentos sobre a fuga inédita registrada no sistema penitenciário federal em fevereiro, em Mossoró (RN).
— Eu não o conhecia antes, foi o primeiro contato. Falei para ele: "acho que o senhor não vai ter nenhum tipo de dificuldade para ir à comissão, pela sua postura, consegue resolver" - disse Fraga.
Os dois combinaram que ele deve ir à comissão na Câmara com o status de "convidado" e ficaram de acertar uma data. — Ele me disse que está com a agenda bem cheia, vai viajar a Chicago antes. O importante é que ele se predispôs a ir.
Nesta quarta-feira, completa um mês que dois presos conseguiram fugir da penitenciária federal de Mossoró, no interior do Rio Grande do Norte. Até agora, eles não foram encontrados, apesar de uma força tarefa com mais de 500 homens das forças policiais estarem atrás da dupla. Esse episódio causou embaraço ao governo Lula na área de segurança pública, um assunto que tem aumentado a rejeição ao terceiro mandato do petista.
Desde que assumiu o ministério da Justiça, no início de fevereiro, Lewandowski já teve audiência com pelo menos 19 parlamentares, entre eles o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) e o deputado José Medeiros (PL-MT), que foram vice-líderes do governo Bolsonaro no Congresso em 2020.
Izalci contou que o ministro marcou uma reunião com ele no mesmo dia em que o acionou — Foi boa a reunião. Ele ficou de intermediar com o governo do Distrito Federal um pleito sobre auxílio moradia dos profissionais de segurança do DF. O Dino tinha alguns objetivos que nós éramos muito contra, como a criação da guarda nacional. Ele nem tocou nesse assunto — afirmou Izalci.
Um dos primeiros compromissos de Lewandowski à frente da pasta foi com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PL-AL). Em um gesto simbólico, ele foi até o gabinete de Lira na Casa Legislativa em meio a uma escalada na tensão entre Planalto e Congresso sobre o controle na distribuição de emendas.
Fonte: O GLOBO
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