Eleita para comandar a principal comissão da Câmara, deputada do PL disse que país vive "ditadura judicial" e acusou STF de atuar como "braço forte da esquerda"

A eleição da presidente da Comissão de Constituição e Justiça deve abrir uma nova frente de atrito entre a Câmara e o Supremo Tribunal Federal.

A deputada Caroline de Toni (PL-SC) já pediu o impeachment de Alexandre de Moraes. O ministro é relator dos principais inquéritos que investigam o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em março de 2021, a parlamentar usou a tribuna para cobrar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a abrir um processo de cassação de Moraes.

— Algo que nos preocupa muito é que seja instalada, se já não está, uma ditadura do Poder Judiciário — discursou.

No ano anterior, De Toni havia tido os sigilos bancário e fiscal quebrados por Moraes no inquérito que apurava a organização e o financiamento de atos antidemocráticos.

Em junho de 2022, a bolsonarista voltou à carga contra o STF. Sem citar nomes, disse que o Senado deveria "fazer o impeachment de um desses ministros que já rasgaram a Constituição há muito tempo".

Em entrevista a uma TV catarinense, De Toni protestou contra a prisão do aliado Daniel Silveira. O ex-deputado foi condenado a oito anos de prisão por ameaças e incitação à violência contra ministros do STF.

— Isso só acontece porque infelizmente o Supremo tem sido um braço forte da esquerda no Brasil — acusou a nova presidente da CCJ.


Fonte: O GLOBO