Brasil propôs bons assuntos como a redução da desigualdade, a taxação dos super-ricos e a união de finanças como meio ambiente

É uma pena que a reunião dos ministros de Finanças dos países do G20 no Brasil tenha terminado sem um comunicado final. Este documento é sempre importante porque, na diplomacia, é fundamental ter um comunicado que resuma o mínimo denominador comum. E isso é base para o próximo encontro entre os países.

O ministro Fernando Haddad disse que tinha muita esperança de que a questão geopolítica ficasse na reunião de chanceleres e que ali fosse um ponto que se discutisse as finanças. Ainda mais porque o Brasil propôs bons temas como a redução da desigualdade, taxação dos super-ricos e a união de finanças como meio ambiente. E seria bom ter esses assuntos no comunicado final.

O que travou o documento foi a discordância dos países do G7 sobre o conflito na Ucrânia. Discordaram da preposição: a Rússia não aceitou que fosse guerra contra a Ucrânia e queria que fosse guerra na Ucrânia, como se o país não tivesse invadido o território da nação vizinha. Este episódio serve para mostrar também como são necessárias mudanças na governança destes encontros internacionais. A opinião de um país veta todo o documento..

Contudo, não se pode dizer que a reunião fracassou pela ausência do comunicado final. Para o Brasil, houve o lançamento do Eco Invest, o seguro cambial de longo prazo para quem quer investir no país, uma iniciativa dos ministérios da Fazenda e do meio ambiente, com apoio do BID.

A taxação dos super-ricos, que há muito tempo ronda reuniões internacionais, foi recolocada na mesa pelo Brasil e em bons termos, com chances de avançar.

O Brasil está indo muito bem na presidência do G20. Foi boa a reunião dos chanceleres, que terminou com a convocaçao de nova reunião em Nova York. O Brasil colocou em discussão temas importantes no encontro dos ministros das finanças.


Fonte: O GLOBO