Internautas usaram a imagem para lembrar a falta de representatividade feminina na Suprema Corte
A imagem adulterada, cuja origem não é conhecida, parece ter sido criada por meio de inteligência artificial. Ela foi postada por diferentes perfis no X (ex-Twitter). Um dos que compartilhou o conteúdo foi o escritor Marcelo Rubens Paiva, acompanhado da legenda "e se...".
"Só em 2450...", lamentou um internauta, em referência ao baixo número de mulheres na Corte. "Será que chegarão lá um dia?, questionou outro.
Já o perfil de Antonio Meister brincou: "Alguma agência de checagem poderia verificar se essa foto das ministras do STF é real?". Ele aproveitou para parabenizar as seguidoras pela data: "A propósito, feliz dia das mulheres a todas".
Veja a foto original, clicada na posse de Flávio Dino:
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) junto ao Procurador Geral da República, Paulo Gonet — Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF
'Queremos mais'
Nesta quinta-feira, a ministra Cármen Lúcia, única mulher da atual composição do STF, defendeu uma maior representação feminina na Corte. A magistrada fez o comentário durante a inauguração de uma exposição na Corte sobre a história das mulheres no Brasil.
— Queremos mais! — disse, sendo aplaudida pelos presentes.
Mais cedo, durante sessão do STF, Cármen afirmou que as mulheres não foram "silenciosas", mas sim "silenciadas":
— Dizem que nós fomos silenciosas historicamente. Mentira. Nós fomos silenciadas, mas sempre continuamos falando, embora muitas vezes não sendo ouvida.
O STF passou 109 anos sem nenhuma ministra: desde quando foi criado, em 1891, até 2000, quando Ellen Gracie foi indicada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Ela também foi a primeira mulher presidente da Corte, entre 2006 e 2008.
Em 2006, Cármen Lúcia foi indicada para a vaga aberta com a aposentadoria de Nelson Jobim. Com isso, pela primeira vez o STF passou a ter duas mulheres em sua composição.
Ellen Gracie se aposentou em 2011, e Rosa Weber foi indicada para seu lugar. A Corte, então, seguiu com duas ministras até setembro do ano passado, quando Rosa Weber deixou o tribunal. Seu sucessor, a despeito das pressões sofridas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que escolhesse uma mulher, foi Flávio Dino.
Fonte: O GLOBO
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