Expectativa era de queda. Serviços audiovisuais, que reúnem cinema, TV por assinatura e streaming, tiveram salto de 27,6% no mês de férias e puxaram o resultado
O volume de serviços prestados no país no primeiro mês de 2024 cresceu 0,7% na comparação com dezembro do ano passado, informou nesta sexta-feira o IBGE. É o terceiro mês seguido de crescimento do indicador. No acumulado dos últimos 12 meses, o setor apresenta alta de 2,4%.
O índice surpreendeu, pois a expectativa do mercado era de que o índice apresentasse queda de 0,5%, segundo a mediana de 27 casas de análises ouvidas pelo Valor Data. Já a Bloomberg apontava para um consenso de queda de 0,4%.
Das cinco atividades pesquisadas, quatro registraram crescimento:
informação e comunicação tiveram alta de 1,5%;
serviços profissionais, administrativos e complementares registraram alta de 1,1%;
transportes registraram alta de 0,7%;
outros serviços tiveram ligeira alta de 0,2%.
Os serviços prestados às famílias, que reúne atividades como hotéis e restaurantes, foram os únicos a apresentarem queda, com redução de 2,7%.
Criançada em casa puxa índice para cima
Serviços audiovisuais, que estão enquadrados dentro do grupo informação e comunicação e computam os resultados de empresas que atuam com cinema, programação de conteúdo para TV por assinatura e streaming, tiveram um crescimento exponencial de 27,6% no primeiro mês do ano. E quem puxou esse índice foram as crianças:
“Com o período de férias, as salas de cinema acabaram recebendo mais público e aumentando o faturamento das empresas desse segmento”, disse o gerente da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), Rodrigo Lobo.
Empresas que trabalham com impressão de livros também contribuíram com o desempenho, já que o mês antecede a volta às aulas.
As férias também impulsionaram o segmento de transportes. A alta de 0,7% foi puxada pelo setor aéreo, que teve crescimento nas receitas de 6,9%.
O que esperar em 2024
Para 2024, o Goldman Sachs crê que as atividades de serviços no Brasil sigam registrando crescimento, apesar do cenário de condições restritivas, como níveis elevados de endividamento e níveis de margens baixos:
“Esperamos que os serviços sigam se beneficiando de estímulos fiscais significativos, como transferências de renda, de um aumento salário mínimo e no retorno ao ciclo de crédito, proporcionando um crescimento da renda”, diz a instituição, em comunicado
O setor de serviços, que foi amplamente afetado pela pandemia de Covid-19, está hoje num patamar 13,5% acima do registrado em fevereiro de 2020, mês anterior ao período de lockdown pelo país.
Fonte: O GLOBO
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