Artur Jorge pede que os jogadores se projetem mais e até apareçam pelo meio, e foi assim que o uruguaio desencantou no alvinegro

A primeira bola na rede de Mateo Ponte pelo Botafogo não veio por acaso. O gol que deu a vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-GO se explica pelo papel que os laterais passaram a ganhar em pouco tempo sob o comando de Artur Jorge. Entre as novidades observadas no jogo de ontem no Nilton Santos, o setor ganhou destaque em um time agudo e de movimentações constantes.

— O Artur implementou um time muito ofensivo. Os laterais se tornam muito importantes para o jogo. Sempre tem que melhorar isso. Estou aprendendo muito — disse o uruguaio de 20 anos.

Também não foi raro ver os laterais alvinegros aparecendo em espaços pelo meio. Se Hugo esteve mais tímido pela esquerda, Ponte apareceu para dar os três pontos à equipe. Após Júnior Santos encontrar Luiz Henrique na área, o camisa 7 voltou a bola para o lateral-direito chegar batendo no canto direito de Ronaldo.

— Estava ali e falei para o Luiz fazer o cruzamento para trás. E chutei. Fechei os olhos e chutei — brincou.

O treinador comentou rapidamente sobre estas tendências. O tempo hábil que terá para treinar agora, apesar da maratona de jogos, melhorou também os setores de meio campo e defesa. Tchê Tchê e Gregore jogaram bem e permitiram um desafogo maior para a criação.

— Vocês viram que tivemos o Matheus (Nascimento) um pouco atrás do Júnior (Santos) no processo defensivo para podermos controlar os três homens que o Atlético-GO tinha para jogar por dentro. Precisamos dos laterais mais projetados para poder dar mais saída, mais fluidez à equipe. São dinâmicas que estamos trabalhando — revelou Artur Jorge.

Sobretudo, o gol foi importante para Ponte recuperar a confiança. Ele vinha sendo criticado por atuações recentes, como nas falhas na derrota para o Junior Barranquilla (Colômbia), pela Libertadores. Muito abraçado pela equipe ao fazer seu primeiro, afirmou que as críticas não afetam.

— Eu estou feliz com a torcida. Feliz de estar aqui. Não importa se não gostam de mim. É jogo a jogo. Cada jogo, tem que melhorar um pouco mais. Sou um moleque de 20 anos e tenho muito a melhorar. Fazer o melhor sempre — disse Ponte.


Fonte: O GLOBO